por THIAGO TAVARES REIS

Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Uberlândia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[1] Trabalho com orientação do Prof. Dr. João  Marcos Alem do Departamento de Ciências Sociais (UFU).

 

 

versão para imprimir [arquivo PDF]
Clique e cadastre-se para receber os informes de atualização da Revista Urutágua

 

Homens em tempos de angústia:

Graciliano Ramos e a melancolia contemporânea[1]

Thiago Tavares Reis

 

Resumo: O presente artigo tem como objetivo compreender a relação entre melancolia e literatura no romance Angústia, de Graciliano Ramos, publicado em 1936. A análise busca apontar a dinâmica entre o romance e a melancolia contemporânea. Pretendo ainda mostrar a atualidade de Angústia.

Palavras-chave: Campo literário. Sociedade. Romance.

Abstract: This article has as objective understand the relationship between melancholy and literature in the Angústia, Graciliamo Ramos’s romance, published in 1936. The analysis propose to indicate the dynamic between the romance and the contemporary melancholy. I still intent to show topical of Angústia.

Key Words: Literary field. Society. Romance.

 

Graciliano RamosA literatura, enquanto uma das dimensões do imaginário, a despeito de seu flerte com o mundo social, não pode ser vislumbrada como mera reprodução dos elementos neles presentes. Neste sentido, a relação entre literatura e sociedade adquire contornos dialéticos, sendo-nos impossível separá-las como se fossem entidades autônomas. Em um esforço de se relevar estas considerações preliminares, não pretendemos aqui a uma sociologia da literatura, mas antes a um diálogo entre literatura e ciências humanas.

Se Walter Benjamin indicava a existência de um homem-estojo, talvez possamos registrar a existência de um pensamento-estojo, confinado nos limites aparentes das ciências humanas. Talvez uma das maneiras possíveis de se respirar novos ares – para além do tédio dos estojos – seja o cruzamento entre  forma literária e contexto social, acentuando a riqueza da literatura enquanto uma das manifestações do imaginário, sobretudo nesses tempos em que a arte é amiúde cindida da própria vida.

A escrita vê-se hoje rechaçada em face da imagem sobrevalorizada. A experiência que parece advir da escrita parece-nos às vezes mutilada, nestes tempos – como já antevira Drummond – de homens partidos. Portanto, como pensarmos a melancolia contemporânea por meio de um romance se no alardeado tempo livre temos uma profusão de imagens – reiterando o que não somos mas poderíamos ser – que colocam em descrédito a experiência advinda da leitura da linguagem escrita. No entanto, preferimos pensar nossa melancolia contemporânea não por meio das imagens tão aureoladas, mas antes pelo sulco imaginativo aberto pela escrita, pela ficção que beira a confissão, sussurrando os nossos sofrimentos em noites frias.  Isto é, visamos aqui mapearmos traços de nossa melancolia – intensificada pelo mal-estar da modernidade – por meio da leitura de Graciliano Ramos do romance Angústia (1936).

Pensemos um pouco sobre a própria literatura. Se olhássemos para as vitrines das livrarias, à maneira do narrador-personagem de Angústia, teríamos “pessoas exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se” (Ramos, 2003). No entanto, o deleite estético da literatura ainda persiste no mundo contemporâneo. Mas, afinal, por que a literatura nestes tempos? Estejamos com Luiz Costa Lima:

A arte e a literatura se justificam por expressarem, a partir do lócus semântico do polissêmico (Della Volpe), uma visão articulada do tempo. Visão que ao leitor ou ao expectador conseqüente não pode ser apenas motivo de contemplação , elemento de desfrute, prazer dos sentidos, porém mais do que isso, condição para o entendimento crítico da realidade. E quando dizemos crítico pensamos em um ato que não se encerra em compreender, mas em atuar a partir desta compreensão (LIMA, 1969, p. 08).

Em Angústia a verve do narrador-personagem está orientada por um sarcasmo implacável em relação aos outros e por um pessimismo mórbido em relação a si mesmo. Tudo é submetido ao crivo do narrador, o mundo, as coisas, a imaginação, as sensações dos coadjuvantes flutuam por meio do fluxo narrativo programado pelo narrador. Temos daquelas páginas uma narrativa gordurosa, fuliginosa, entremeada de reminiscências da infância do narrador-personagem, sensações sobre o calor da cidade grande e juízos corrosivos em relação aos ordinários da repartição pública.

O romance está concatenado pelo pessimismo. A esperança ali é sórdida, a vida é conjugada quase sempre em tempos pretéritos, não há um resgate de um passado glorioso, já que Graciliano faz o seu ofício a partir das ruínas – embora não conserve o passado no sentido de repeti-lo, mas antes no intuito da redenção de suas experiências fundamentais. Falta tranqüilidade, inocência, o narrador-mórbido, ensandecido, leva-nos a delírios, ao ambiente empoeirado das repartições, ao tédio do espaço privado e ao medo que atordoa as ruas. A redenção talvez esteja no amor, no erotismo, na carne que pulsa e deseja em meio ao caos. Às impressões do narrador-personagem em relação ao corpo talvez pudéssemos observar as melhores páginas da literatura brasileira acerca de um erotismo que é ao mesmo tempo lírico e bruto.

O sistema literário de Graciliano Ramos leva-nos a algumas observações sobre a narrativa, tendo como norte o filósofo alemão Walter Benjamin. Por certo, Benjamin não escapa, às vezes, a um tom nostálgico, comum, aliás, à maioria dos teóricos do desencantamento do mundo, ao evocar as comunidades de outrora nas quais a memória, palavras e práticas sociais estavam ao alcance de todos. Portanto, nas linhas de nossa proposta, evitamos a moda ditirâmbica aureolada em torno de Benjamin, que acaba por vislumbrá-lo enquanto arauto da impossibilidade de toda experiência coletiva na modernidade. Adotemos, pois, a acuidade de Jeanne Marie Gagnebin ao lermos “a filosofia da história e a filosofia da linguagem em Benjamin como uma reflexão centrada na modernidade, no co-pertencimento do eterno e do efêmero” (Gagnebin, 1994).

Portanto, existe uma produtividade da perda e da morte, seja na história ou na linguagem. Walter Benjamin consegue vislumbrar no declínio da experiência, o surgimento de um caleidoscópio de novas narrativas, relacionadas ao tempo cindido industrial, diferentes, pois, da tessitura da narrativa tradicional e artesanal. Todavia, o raciocínio de Benjamin se faz num processo no qual aquilo que se esvai enche-se de beleza. Temos, pois, no jogo daquele raciocínio uma “tensão entre o reconhecimento lúcido do fim das formas seculares de experiência, do fim da narração em particular, e a afirmação da necessidade política e ética da rememoração(Gagnebin, 1994).

Os lampejos alegóricos, a constelação de sensações em face da beleza e do efêmero do moderno, traços da cadência do raciocínio de Benjamin, guiarão nossas impressões sobre Graciliano Ramos. Se o conhecimento alegórico de Benjamin é tomado pela vertigem, Graciliano Ramos é tomado pela urgência do relato, do depoimento.

Portanto, seguindo a própria cadência do filósofo alemão, tentamos à maneira da sobriedade de Jeanne Marie Gagnebin, lermos Experiência e Pobreza (1933) e O Narrador (1936) por meio de uma postura de diálogo entre ambos textos, procedendo à moda alegórica do próprio Benjamin. A barbárie positiva do primeiro texto é substituída pela doença da tradição captada no segundo na narrativa de Kafka. Em tempos de desmoronamento da tradição, a tensão em Graciliano Ramos entre a ficção e a confissão, coloca em relevo o ofício do escritor alagoano, de dizer com palavras que não foram feitas para brilhar.

Em Experiência e Pobreza (1933), Walter Benjamin conta-nos sobre uma parábola – já encontrada em Esopo – de um velho que no momento da morte revela a seus filhos a existência de um tesouro enterrado em seus vinhedos. A moral da história está relacionada ao fato de que a felicidade não está no ouro, mas no trabalho. No cerne daquela parábola, está a capacidade de intercambiar experiências, geralmente transmissíveis de pais para filhos. Todavia, as ações da experiência estão em declínio, os homens voltam mudos, sem o viço da fala, após a experiência truculenta das trincheiras.

A orquestra inicial do século XIX é sintomática do declínio da experiência e o surgimento da barbárie positiva, enquanto nascimento, primeiramente, da interioridade, dos vestígios na vida privada do habitante cuja vida pública é gélida – neste momento, Benjamin à maneira de uma cartografia das sensibilidades e do imaginário, capta que o objeto precioso é o veludo – e num segundo momento, da cultura do vidro, que a tudo expõe, cujo núcleo é o aniquilamento do mistério.

Benjamin, já em O Narrador (1936) indica-nos que o narrador não está entre nós, que o seu trabalho artesanal perdeu-se na aurora dos tempos. E indica-nos que cada vez mais a morte é excluída da vida dos vivos e, por corolário, a sua dimensão catártica, de intercâmbio de experiências e conselhos.

Embora cada texto apresente suas nuanças, em ambos, nos deparamos com a escrita dialética de Walter Benjamin, com a tensão entre o desmoronamento da narrativa tradicional, do declínio da aura e da emergência de uma cultura do vidro, e a urgência da rememoração, do lampejo de uma nova escrita da história. Mas naquilo que se esvai há beleza: 

O conselho tecido na substância viva da existência tem um nome: sabedoria. A arte de narrar está definhando porque a sabedoria – o lado épico da verdade – está em extinção. Nada seria mais tolo que ver nele um sintoma de decadência ou uma característica moderna. Na realidade, esse processos que expulsa gradualmente a narrativa da esfera do discurso vivo e ao mesmo tempo dá uma nova beleza ao que está desaparecendo, tem se desenvolvido concomitantemente com toda uma evolução secular das forças produtivas. (BENJAMIN, 1994, p. 202).

Acreditamos que uma vez ancorados pelo melindre de Jeanne Marie Gagnebin, podemos ir adiante no pensamento de Walter Benjamin, deixando o que há de mais sublime em sua obra em aberto, isto é, o seu raciocínio cuja cadência sempre é a do aceno, do convite a reflexão. Ancorados nesta posição, podemos, aliás, adentramos na tensão da ficção e da confissão em Graciliano Ramos, no âmago da narrativa de um homem que se debruçou sobre os sofrimentos e angústias de seu tempo. 

Portanto, seguindo os rastros da melancolia do pensador alemão, caminhando por alamedas de nostalgia e esperança, deparamos em Graciliano Ramos a missão da escrita, do depoimento que não quer se calar. Em Angústia, a cidade é colocada em suspenso, enquanto local que exaspera nossos sofrimentos.

Georg Simmel, na passagem do século XIX para o século XX, observou que os habitantes das grandes cidades esbarravam uns aos outros sem ao menos se preocuparem em se conhecer de maneira mais humana. Para o sociólogo alemão, a segurança dos cidadãos do meio urbano depende cada vez mais da dominação de códigos cada vez mais complicados. Temos, portanto, um mal-estar que prolifera nas cidades, pois as contradições destas são, com efeito, contradições da sociedade. O que as cidades fazem é concentrar, exasperar contradições latentes da sociedade. Exasperar que, na pena de Graciliano, é seco e irônico.

Luís da Silva, narrador-personagem de Angústia, é funcionário público e nas horas vagas aventura-se na literatura com algumas glosas para jornais. Tal personagem é áspero, deixando o leitor em suspenso, sem fôlego, pois não consegue acompanhar a rapidez com que caracteriza, disseca, rabisca as saliências de outras personagens. Narrador misantropo? Talvez, mas acreditamos que se trata de um narrador pessimista, cuja crença é que só aos desgraçados é dada a possibilidade de um aviso de incêndio.

Certamente, não possamos observar em Angústia um amor visceral, entre aquelas personagens, mas mesmo sob tal impossibilidade, temos um amor real, permeado por desejos e interesses. É justamente nesta dimensão real que podemos evocar a dimensão do efêmero nas relações afetivas na sociedade contemporânea, desenvolvendo amores líquidos, para utilizarmos uma expressão de Zygmunt Bauman, ao contrário daquele amor de Graciliano. Nas franjas daquela sociedade, temos um amor que vai de um eu partido para um outro eu partido, contrariando, portanto, a premissa de Simmel, isto é, o amor deve efetivamente ir da pessoa inteira à pessoa inteira.

A sociedade moderna quer reduzir e, se possível, apagar a dimensão do tato, pois é a partir do toque, que podemos sentir algumas características físicas das coisas. Trata-se, no limite, da reificação das relações sociais, do achatamento dos elementos humanos presentes na produção de valores úteis. Para o uso refinado do conceito de reificação, usemos Fredic Jameson:

A outra definição de reificação que tem sido relevante nos últimos anos é a do apagamento dos traços da produção do próprio objeto, da mercadoria assim produzida. Esse procedimento consiste em ver a questão do ponto de vista do consumidor: sugere o tipo de culpa da qual as pessoas são liberadas se conseguirem não se lembrar do trabalho que foi necessário para produzir seus brinquedos e mobílias. Na verdade, essa é a razão para termos nosso próprio mundo-objeto, e paredes, e uma distância amortecedora e um silêncio relativo a nosso redor; é para esquecer de todos esses inúmeros outros por algum tempo; você não quer pensar nas mulheres do Terceiro Mundo cada vez que usar seu processador de textos, ou em todas aquelas pessoas de classe baixa, com suas vidinhas de classe baixa, cada vez que você decidir usar ou consumir seus outros produtos de luxo: seria como ter vozes dentro de nossas cabeças; de fato, isso viola o espaço íntimo de nossa privacidade ou das extensões de nosso corpo. (JAMESON, 2004, p.318.)

Certamente, por pintar o mal-estar da modernidade, o Graciliano de Angústia seja tão amargo para os leitores acostumados com panacéias. Graciliano não oferece consolos, tudo é submetido ao crivo de um mundo às avessas, irracional. É deste mundo, às avessas, que Graciliano, faz o seu ofício através de diatribes.

Luís da Silva, narrador-personagem de Angústia, vê que a possibilidade do amor está nas mãos do acaso, na possibilidade do bilhete da loteria sair premiado. Sorte grande, tal como percebida por Silviano Santiago, quando dialoga com um próprio fragmento de Graciliano:

Cem contos de reis, dinheiro bastante para felicidade de Marina. Se eu possuísse aquilo, construiria um bangalô no alto do Farol, um bangalô com vista para a lagoa. Sentar-me-ia ali, de volta da repartição, à tarde, com Tavares & Cia, dr Gouveia e os outros, contaria estórias à minha mulher, olhando os coqueiros, as canoas dos pescadores. 

-16384.

Marina dormiria num colchão de paina. E quando saltasse da cama, pisaria num tapete felpudo que lhe acariciaria os pés descalços.

-16384 (SANTIAGO, 2003, p.279).

Só da (boa) sorte brota a esperança de Graciliano, tal como dito alhures. Esperança permeada por pessimismo, que não oferece panacéias tal como os profetas. O Graciliano de Angústia não foi profeta e tampouco arauto de boas novas, apenas flertou, veio com os dedos queimados, prontos para incendiar a narrativa.

Das anotações às margens de Graciliano Ramos, percebemos que a tessitura da ficção que se emaranha na confissão ganha contornos nos quais um “grande narrador” teria comunicado sua desorientação. Walter Benjamin percebera em Kafka, uma “doença da tradição”, pois se a obra de Kafka confirma o fim de uma tradição, ela não afirma a necessidade de reencontrar qualquer baluarte. Em tons próximos, Graciliano Ramos não está afeito ao conselho – a dimensão utilitária da sabedoria épica na visão de Benjamin – , no entanto, elege como ponto de partida da sua escrita o dizer sem brilhos, o falar daquilo que é sentido e vivido. O escritor nordestino não oferece panacéias, figura num ambiente também kafkiano, empoeirado, gorduroso, irracional. É por estas razões que a pobreza da própria experiência é vista, sentida, observada por Graciliano Ramos, que embora declare não conservar notas, no ramerrão e na promiscuidade atroz das páginas de Memórias do Cárcere, elege a confissão como missão da sua arte.

Seguindo os encalços de Antonio Candido, em Ficção e Confissão, percebemos como a escrita seca de Graciliano registra na sua própria ficção elementos autobiográficos e emaranha-os num todo marcado pela permanente tensão entre a ficção e a confissão. Captamos a dimensão do depoimento e do relato em Graciliano Ramos – sobretudo em relatos tal como Infância nos quais a memória adquire relevo – misturada à verve áspera do romancista de Angústia. Como desdobramento, vislumbrarmos em Graciliano Ramos uma postura tal como a encontrada em Walter Benjamin, que aos grandes escritores uma obra terminada pesa menos que aqueles fragmentos em que trabalharam a vida inteira. Portanto, a urgência da escrita – que deve dizer e não brilhar – traz à baila a memória, no intuito, de reunir os fragmentos dispersos da vida, tentando afastá-los do esquecimento atroz.

A idiossincrasia do homem Graciliano afastava do romancista o espectro da vaidade, e instaurava a vergonha de ser empolado, elogiado, conduzindo-o a um léxico áspero, a um olhar de soslaio para qualquer admiração e uma verve bruta esculpida na madeira tal como Paulo Honório. Para mergulharmos na tensão entre a urgência do relato e a pobreza da experiência, poderíamos ler Infância a partir de Infância em Berlim por volta de 1900 de Walter Benjamin ou até mesmo Angústia a partir de O caráter destrutivo do filósofo alemão.

Graciliano Ramos só gostava de expor a coisa observada e sentida, à maneira das lavadeiras lá de Alagoas, resguardou para a escrita o traço da perfeição, no intuito, de evitar pilhérias. Em tempos de dilaceramento da esfera pública – como já bem notara Hannah Arendt – assistimos a emergência de uma vida íntima solitária. Se outrora a palavra encarnava-se sobretudo no diálogo e nos debates dos espaços públicos, animando a dimensão conflituosa da política, na ordem contemporânea, o sinal se inverte, e temos a palavra, de uma certa maneira, desmanchada no ar das imagens sobrevalorizadas, ar este que além de rarefeito está relacionado a existência de uma sociedade cujo maior sintoma é a angústia. Ao insistir na rica experiência da escrita atada à coisa observada e sentida, Graciliano Ramos supera a melancolia dengosa da modernidade, configurando-se entre os homens que em tempos sombrios – para retomarmos a força de Arendt – acreditam que o mundo que poderia ser um paraíso aqui e agora – e transformar-se-á no inferno de amanhã – pode se afastar do monólogo tedioso da modernidade rumo ao calor da experiência da escrita e das palavras.

Portanto, que num futuro próximo – teimosos estamos ao imaginarmos outros futuros no tédio do eterno presente – mesmo que amargurados tal como Paulo Honório ou Luís da Silva, escrevamos mesmo que em notas surradas de papel sobre a nossa própria condição e lembremos das várias Madalenas, Marinas e Fabianos que passaram pelos nossas vidas secas, permeadas de angústia, mas marcadas pela escrita direta atrelada a nossa memória.

Referências

ARENDT, Hannah. Homens em Tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política: Obras escolhidas. 7ª ed, São Paulo: Brasiliense, 1994. Vol. 1.

__________. Rua mão de Única: Obras escolhidas. 5ª ed, São Paulo: Brasiliense, 1994. Vol. 2

__________. Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo: Obras escolhidas. 6ª ed, São Paulo: Brasiliense, 1994. Vol. 3.

BOLLE, Willi. Fisiognomia da Metrópole Moderna. 2ª ed, São Paulo, Edusp, 2000.

CANDIDO, Antonio. Ficção e Confissão. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

_________. Educação Pela Noite. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

_________  Literatura e Sociedade. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. História e Narração em Walter Benjamin. São Paulo: Editora Perspectiva, 1994.

__________. Setes Aulas Sobre Linguagem, Memória e História. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1997.

JAMESON, Fredic. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Editora Atica, 2004.

LIMA, Luiz Costa. Por que Literatura? Rio de Janeiro: Editora Vozes,1969.

______. Persona e sujeito ficcional. In: Pensando nos trópicos. Rio de Janeiro: Rocco, 1991, p. 40-56.

RAMOS, Graciliano. Angústia. Rio, São Paulo: Editora Record, 2003.

 

©Copyright 2001/2007 - Revista Urutágua - revista acadêmica multidisciplinar

Departamento de Ciências Sociais
Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Av. Colombo, 5790 - Campus Universitário
87020-900 - Maringá/PR - Brasil - Email: rev-urutagua@uem.br 

Publicado em 12.12.07 - Última atualização: 13 dezembro, 2007.