1 Introdução
Nos últimos anos, tem sido um aparente consenso na comunidade acadêmica
brasileira o de que instituições de ensino universitário devem aliar às
práticas de ensino tradicional, elementos que promovam o desenvolvimento do
pensamento crítico-reflexivo dos alunos, permitindo, através de uma visão
real do mundo, detectar os problemas que o assolam e ao mesmo tempo,
dotá-los de ferramentas capazes de promover medidas que ajudem
solucioná-los.
Este trabalho aborda a importância da Metodologia Científica como ferramenta
fundamental no desenvolvimento de produções científicas pelos alunos que
ingressam nas universidades e ao longo do curso são estimulados a
desenvolver trabalhos científicos como parte dos requisitos de avaliação.
Verifica-se que os alunos vêem-se diante de muitas dificuldades para cumprir
essas exigências, provavelmente, em decorrência de uma formação deficiente
na formação básica. Por vezes, verifica-se que alunos cursando o último ano
dos cursos de graduação, desconhecem as mais elementares normas envolvidas
na elaboração de textos científicos, tais como: desenvolvimento e estrutura
do trabalho, padrões de redação, procedimentos para se fazer pesquisas
bibliográficas, seleção e organização da leitura das obras, construção de
citações diretas e indiretas, bem como sobre o propósito de incluí-las no
corpo do próprio texto. Essas dificuldades podem ser a causa de uma grande
ansiedade nos alunos de graduação, na medida em que as exigências mudam em
profundidade a forma usual da escrita, incorporando diversos elementos, até
então desconhecidos, podendo, no limite, levar ao desânimo e, até mesmo, a
desistência do curso.
Diante do exposto é de suma importância questionar: de que forma a
disciplina de Metodologia Científica pode ajudar os alunos de nível superior
a superar as suas dificuldades na hora de elaborar uma produção científica?
A preparação, a redação e a apresentação de
trabalhos científicos envolvem um grande número de questões de natureza
técnica e estética, dentre as quais, pode-se destacar a disciplina, a
criatividade na seleção da bibliografia, a leitura de forma organizada, a
ousadia e o rigor na abordagem do assunto, além da obediência a certas
normas de redação e apresentação do texto final. A Metodologia Científica
irá abordar as principais regras da produção científica para alunos dos
cursos de graduação, fornecendo uma melhor compreensão sobre a sua natureza
e objetivos, podendo auxiliar para melhorar a produtividade dos alunos e a
qualidade das suas produções.
A relevância desta pesquisa se dá, tendo em vista a pouca importância que é
dada pela maioria dos pesquisadores em formação aos detalhes da confecção de
um documento metodologicamente adequado. A necessidade do estudo em questão
pode ser considerada na medida em que ele irá abordar a importância da
disciplina de Metodologia Científica no desenvolvimento técnico, ideológico
e científico do aluno de nível superior melhorando a sua produtividade e a
qualidade das suas produções.
Objetiva-se com este estudo comprovar que a disciplina Metodologia
Científica é iminentemente prática e apresenta instrumentos necessários para
a realização de trabalho de pesquisa, buscando a construção do conhecimento
dos acadêmicos de forma a favorecer-lhes uma leitura e escrita mais
eficientes, através da pesquisa e redação com embasamento científico
elaborados segundo normas científicas vigentes. Através da análise dos
principais conceitos que compõem a disciplina de Metodologia Científica e
posterior relação dos mesmos na produção e apresentação de trabalhos
científicos, buscou-se traçar uma analogia entre o saber científico e sua
influência no desenvolvimento da reflexão, da compreensão, da capacidade de
interpretação e argumentação dos acadêmicos dos cursos de graduação.
2 Método e Ciência
A evolução da ciência se deu com a evolução da inteligência humana, que
passou do medo do desconhecido ao misticismo, numa tentativa de explicar os
fenômenos através do pensamento mágico, das crenças e das superstições e,
finalmente, evoluiu para a busca de respostas através de caminhos que
pudessem ser comprovados. Desta forma, nasceu a ciência metódica, que
procura sempre uma aproximação com a lógica. O ser humano é o único animal
na natureza com capacidade de pensar. Esta característica permite que os
seres humanos sejam capazes de refletir sobre o significado de suas próprias
experiências. Assim sendo, é capaz de novas descobertas e de transmiti-las a
seus descendentes. O desenvolvimento do conhecimento humano está
intrinsecamente ligado à sua característica de viver em grupo, ou seja, o
saber de um indivíduo é transmitido a outro, que, por sua vez, aproveita-se
deste saber para somar outro. Assim evolui a ciência.
Segundo Oliveira (1999), a Ciência num
determinado período da história acabou sendo mitificada, principalmente a
partir do séc.XVIII, e hoje ela é entendida como sendo qualquer assunto que
possa ser estudado pelo homem, pela utilização do Método Científico e de
outras regras especiais de pensamento.
O autor destaca ainda que [...] a
Metodologia estuda os meios ou métodos de investigação do pensamento
concreto e do pensamento verdadeiro, e procura estabelecer a diferença entre
o que é verdadeiro e o que não é, entre o que é real e o que é ficção.
O aprofundamento em um conjunto de processos
de estudos, de pesquisa e de reflexão, passam a exigir do estudante uma nova
postura de atividade didática mais crítica e rigorosa.
Para Gil (2002, p.17), o desenvolvimento de
produções científicas só se dá de maneira efetiva “[...] mediante o
concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos [...]
O método científico visa descobrir a realidade dos fatos que, uma vez
descobertos, devem guiar o uso do método. Cervo e Bervian (1983, p.125)
destacam que [...] o método não é apenas um meio de acesso: só a
inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos realmente são. O
método científico percorre os caminhos da dúvida sistemática, que não pode
ser confundida com a dúvida universal dos céticos. Mesmo no caso das
ciências sociais, o método deve ser positivo e não normativo. Em outras
palavras, a pesquisa positiva deve se preocupar com o que é e não com o que
se pensa que deve ser.
Severino (2000, p.18) define Metodologia
como
[...] um instrumental extremamente útil e
seguro para a gestação de uma postura amadurecida frente aos problemas
científicos, políticos e filosóficos que nossa educação universitária
enfrenta. [...] São instrumentos operacionais, sejam eles técnicos ou
lógicos, mediante os quais os estudantes podem conseguir maior
aprofundamento na ciência, nas artes ou na filosofia, o que, afinal, é o
objetivo intrínseco do ensino e da aprendizagem universitária.
No mundo acadêmico, fazer ciência é
importante para todos porque é por meio dela que se descobre e se inventa, e
o método representa, portanto, uma forma de pensar para se chegar à natureza
de um determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para
explicá-lo.
3 Iniciação científica: dificuldades de
implementação da pesquisa nas universidades
A iniciação científica caracteriza-se como
instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de
pesquisa e constitui um canal adequado de auxílio para a formação de uma
nova mentalidade no aluno, que de simples repetidores, passam a criadores de
novas atitudes e comportamento, através da construção do próprio
conhecimento.
A situação
atual do ensino médio encerra várias e complexas questões, como aspectos
estruturais que ainda não foram resolvidos, a precariedade desse ensino
público no Brasil.O cenário educacional em que convivem velhos e novos
problemas aponta para a expansão do ensino médio com baixa qualidade, para a
privatização da sua gestão e, simultaneamente, exibe um forte componente de
exclusão. A reforma político-educacional do ensino médio, em curso, vem
afetando sensivelmente o trabalho do professor e a dinâmica institucional da
escola e, em muito menor grau, a realidade educacional do aluno. Tal fato,
refletirá na sua atuação enquanto discente de uma instituição de nível
superior.
Em recente
pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), foi
divulgado que apenas um por cento dos alunos brasileiros da terceira série
do ensino médio (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade)
tem domínio adequado do idioma Português.
Observa-se no
país uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do
conhecimento. A grande maioria dos cursos de ensino médio e os cursos
preparatórios para os vestibulares preparam o aluno apenas para realizar a
prova, mas não desenvolvem nele o raciocínio, o senso crítico e o
conhecimento de base.
Obras
literárias importantes são resumidas de forma pobre e descaracterizada, em
poucos parágrafos. As apostilas são confeccionadas sem estudos prévios, ao
contrário do que ocorre com os livros, que demandam anos de pesquisa por
profissionais, especialistas, intelectuais, escritores e cientistas,
contendo ilustrações detalhadas e informações completas. Já sem cultura
básica, nossos jovens também não são estimulados à leitura dos jornais e
revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e
formação.
Os estudantes
sabem manipular com habilidade os microcomputadores, em casa, e, de forma
crescente, também nas escolas, públicas ou privadas, mas são incapazes de
interpretar um texto de teor mais rebuscado. Não conseguem redigir um texto
com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem, e por conta dos
modismos atentam contra o idioma, com seu pobre vocabulário. Apesar do
acesso dos jovens a todos os canais da era da informação, eles
verdadeiramente não têm informação.
Segundo
Balbachevsky (1999),
[...] ainda
que viável, a formação oferecida por estabelecimentos especializados no
ensino, mesmo quando bem sucedida, vem sendo submetida à criticas
importantes nos anos recentes. Boa parte dessas críticas centra-se no fato
de que o ensino, dissociado da atividade de pesquisa, deixa uma lacuna na
formação do aluno numa das dimensões mais fundamentais para o seu sucesso
futuro: qual seja, a sua preparação para solucionar criativamente problemas,
isto é, sua capacidade de reunir, selecionar e analisar dados relevantes
para a solução de uma situação não usual.[...]
A iniciação científica é um dever da
instituição e não deve representar uma atividade eventual ou esporádica. A
atividade de pesquisa universitária, especialmente a pesquisa básica, sempre
exigiu um conjunto de condições que estão fora do alcance da realidade da
maior parte dos estabelecimentos de ensino superior privados no Brasil. No
setor público, a pesquisa universitária só institucionalizou-se a partir do
final da década de sessenta, em função da implementação da reforma de 1968.
As várias propostas demandavam mudanças estruturais para o ensino superior
brasileiro, objetivando modernizar e democratizar o sistema.
Buarque (1994) destaca que a universidade tem um papel permanente: gerar
saber de nível superior para viabilizar o funcionamento da sociedade. Esse
papel se manifesta de forma diferente, conforme o tipo de sociedade que se
deseja. [...] no Brasil, a universidade não dispõe de um projeto, nem de
prioridades definidas pela sociedade. [...] Conclui dizendo que quando o
sistema funciona eficientemente, cada universidade faz parte de uma
bem-definida infra-estrutura tecnológica e científica e que não há razões
especiais para se preocupar com a autonomia de cada universidade que [...]
em momentos de crise, deve descobrir qual a melhor maneira de se lançar
na aventura de encontrar novos caminhos para si e, como instituição
pensante, para o conjunto da sociedade.
6 Metodologia
Utilizou-se o método indutivo como forma ordenada do raciocínio, uma vez que
passamos da análise de dados particulares e nos encaminhamos para noções
gerais conforme descrito a seguir. Após uma leitura textual, com o objetivo
de formar uma visão geral da obra, uma segunda leitura foi feita com o
objetivo de aprofundamento e codificação dos principais conteúdos. Os textos
foram então codificados, resumidos, analisados e comentados e os diversos
autores correlacionados, visando fundamentar as respostas fornecidas à
questão de pesquisa. Após a redação da primeira versão do texto, foram
feitas revisões em duas etapas para o aperfeiçoamento da abordagem e
verificação da correta incorporação dos aspectos formais.
Em uma segunda fase, foi feito um estudo de campo onde foram feitas
entrevistas estruturadas com perguntas direcionadas à temática proposta, a
fim de se traçar um perfil do nível de conhecimento dos alunos antes e
depois de se familiarizarem com os métodos científicos. Os conteúdos foram
analisados sob um enfoque empírico-analítico e uma abordagem quantitativa,
uma vez que a pesquisa aponta para o conceito de causa ou para uma relação
causal quando busca comprovar que a metodologia científica pode ajudar na
superação das dificuldades na produção acadêmica no nível superior.
Foram selecionados sessenta alunos do Curso de Enfermagem das Faculdades
Integradas do Tapajós, subdivididos em 4 grupos de quinze alunos compondo o
segundo (duas turmas) e o sexto (duas turmas) semestres. A disciplina de
Metodologia Científica é ministrada, em duas horas semanais, no primeiro
semestre do curso e no quinto semestre é ministrada a disciplina de
Metodologia da Pesquisa onde efetivamente os alunos passam a implementar um
Projeto de Pesquisa. Daí a preferência pelos semestres citados, uma vez que
o os alunos do segundo semestre tiveram um contato recente com a disciplina
e os alunos do sexto semestre já tiveram a oportunidade de colocar em
prática as ferramentas metodológicas ao longo do curso.
Foram utilizados sessenta questionários estruturados, com perguntas fechadas
sobre o nível de conhecimento dos alunos das principais produções acadêmicas
exigidas nos cursos de graduação e sobre a qualidade da produção desses
trabalhos antes e depois de conhecerem as regras metodológicas científicas.
Optou-se por este tipo de instrumento, uma vez, que através dele,
minimiza-se as distorções das respostas registradas à medida que o
pesquisador está ausente e não exerce influência direta sobre o respondente
e, ainda, permite que os dados sejam disponibilizados para análise em um
período relativamente curto. Os questionários foram distribuídos nas turmas
e recolhidos após sete dias para a análise posterior.
7 Discussão dos resultados
Dos sessenta instrumentos de pesquisa, foram
devolvidos 48, a partir dos quais se fez a análise descrita à seguir.:
Com relação ao nível de conhecimento em relação aos objetivos da disciplina
de Metodologia Científica ao ingressar na graduação, 42 (87,5%) responderam
que não tinham nenhum conhecimento e 6 (12,5%) responderam que tinham um
nível regular de conhecimento.
Com relação ao nível de conhecimento sobre os objetivos da disciplina de
Metodologia Científica atualmente. 2 (4,2%) responderam que não tinham
nenhum conhecimento, 14 (33,3%) responderam que tinham um nível regular de
conhecimento, 30 (62,3%) responderam que tinham um nível bom de conhecimento
e 2 (4,2%) responderam que tinham um nível excelente de conhecimento.
Com relação ao nível de conhecimento das regras, ferramentas e métodos
usados na produção de trabalhos científicos ao ingressar na graduação, 45
(93,7%) responderam que não tinham nenhum conhecimento e 3 (6,3%)
responderam que tinham um nível regular de conhecimento.
Como conseqüência desse desconhecimento, brota no acadêmico um sentimento de
resistência em relação à maioria das atividades propostas na educação
superior que exijam deles um nível maior de comprometimento, disciplina,
esforço e organização, justificando as dificuldades enfrentadas pelo docente
ao ministrar a disciplina.
Quanto ao nível de conhecimento das regras, ferramentas e métodos usados na
produção de trabalhos científicos atualmente, 2 (4,2%) responderam que não
têm nenhum conhecimento, 38 (79,2%) responderam que têm um nível regular de
conhecimento e 8 (16,6%) responderam que têm um nível bom de conhecimento.
Fica evidente a necessidade de se repensar na inserção da disciplina de
Metodologia Científica na matriz curricular do ensino médio, uma vez que
promovida a sua integração com as demais disciplinas, viabilizaria o que
deveria ser o objetivo de todas as instituições de ensino: estimular a
construção criativa de conhecimento pelo aluno. Lima (2004) deixa bem clara
essa idéia ao declarar que:
A pedagogia de ensino fundada na reprodução
indefinida de conhecimentos acumulados, que prevalece no ensino fundamental
e médio, freqüentemente não capacita técnica, conceptual, teórica e
metodologicamente jovens universitários para construir um pensamento crítico
e reflexivo mais elaborado.
Com relação ao nível de conhecimento das principais produções científicas ao
ingressar na graduação foi obtido o seguinte resultado: 44 (91,6%) não
tinham nenhum conhecimento e 4 (8,4%) tinham um conhecimento regular sobre
como elaborar como elaborar um fichamento; 34 (70,8%) não tinham nenhum
conhecimento, 14 (29,2%) tinham um nível de conhecimento regular sobre como
elaborar um resumo; 42 (87,5%) não tinham nenhum conhecimento e 6 (12,5%)
tinham um nível de conhecimento regular sobre como elaborar uma resenha; 45
(93,7%) não tinham nenhum conhecimento e 3 (6,25%) tinham um nível de
conhecimento regular sobre como elaborar um projeto de pesquisa; 46 (95,8%)
não tinham nenhum conhecimento e 2 (4,2%) tinham um nível de conhecimento
regular sobre como elaborar um artigo científico.
Com relação ao nível atual de conhecimento das principais produções
científicas foi obtido o seguinte resultado: 2 (4,2%) não têm nenhum
conhecimento, 31 (64,6%) têm um conhecimento regular e 15 (31,2%) têm um
conhecimento bom de como elaborar um fichamento; 2 (4,2%) não têm nenhum
conhecimento, 31 (64,6%) têm um nível de conhecimento regular e 15 (31,2%)
têm um nível bom de conhecimento sobre como elaborar um resumo; 2 (4,2%) não
têm nenhum conhecimento, 39 (81,2%) têm um conhecimento regular e 7 (14,6%)
têm um conhecimento bom de como elaborar uma resenha; 2 (4,2%) não têm
nenhum conhecimento, 43 (89,6%) têm um nível de conhecimento regular e 3
(6,2%) têm um nível bom de conhecimento sobre como elaborar um projeto de
pesquisa; 2 (4,2%) não têm nenhum conhecimento e 46 (95,8%) têm um nível de
conhecimento regular sobre como elaborar um artigo científico.
O número ainda elevado de nível regular de conhecimento, pode ser
justificado pela carga horária de duas horas semanais da disciplina, que sem
dúvida, não é suficiente para se trabalhar conceitos teóricos e se fazer uma
jornada prática intensiva de produção.
Quando questionados se a disciplina de Metodologia Científica ajudou a
melhorar o nível de suas produções acadêmicas ao longo do semestre foram
obtidas as seguintes respostas: 2 (4,2%) responderam que não, 38 (79,2%)
responderam que sim e 8 (16,6%) responderam que em alguns casos a disciplina
os ajudou a melhorar o nível de suas produções.
Considerando as dificuldades enfrentadas
pelo jovem que ingressa no nível superior, a metodologia científica surge
como instrumento de apoio técnico, teórico e metodológico para as produções
que serão desenvolvidas ao longo do seu curso, pois dá ao aluno diretrizes e
caminhos mais simplificados e seguros e fornece a eles os instrumentos e
técnicas operacionais mais indicados para a produção do conhecimento.
8 Conclusão
A presença de tantas regras, detalhes, indicações rígidas para digitação e
formatação do texto, que parecem cercear a liberdade do aluno em pensar e
escrever sem nenhuma exigência metodológica, faz com que o estudo de
Metodologia Científica nas universidades raramente seja bem aceito pelos
alunos.
A metodologia, porém, objetiva bem mais do que levar o aluno a elaborar
projetos, a desenvolver um trabalho monográfico ou um artigo científico como
requisito final e conclusivo de um curso acadêmico. Ela almeja levar o aluno
a comunicar-se de forma correta, inteligível, demonstrando um pensamento
estruturado, plausível e convincente, através de regras que facilitam e
estimulam à prática da leitura, da análise e interpretação de textos e
conseqüentemente a formação de juízo de valor, crítica ou apreciação com
argumentação plausível e coerente.
O método, quando incorporado a uma forma de trabalho ou de pensamento, leva
o indivíduo a adquirir hábitos e posturas diante de si mesmo, do outro e do
mundo, que só têm a beneficiar a sua vida tanto profissional quanto social,
afetiva, econômica e cultural.
Com base em métodos adequados e técnicas apropriadas, o estudante terá
condições, a partir da conscientização de um problema, de ir em busca das
respostas ou soluções para o mesmo. A atividade científica é, acima de tudo,
o resultado de uma atitude do ser humano diante do mundo que o cerca, do
qual ele mesmo é parte integrante, para entendê-lo, reconstruí-lo e,
conseqüentemente, torná-lo inteligível.
As regras e passos metodológicos que são ensinados na universidade, visam,
portanto, a inserção do estudante no mundo acadêmico-científico
desenvolvendo nele hábitos que o acompanharão por toda a sua vida, como o
gosto pela leitura e o espírito crítico maduro e responsável. A disciplina
de Metodologia Científica ajuda os alunos na experiência de sentirem-se
cidadãos, livres e responsáveis e os auxilia a administrar suas emoções, a
exercitar o bom senso e a enfrentar desafios na conquista de suas metas.