Ano
I - Nº 04 - Maio de 2002 - Quadrimestral - Maringá - PR - Brasil - ISSN
1519.6178
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RESUMO: O
objetivo deste artigo é resgatar e buscar no tempo, as formas e métodos
utilizados pelos “professores” de então. Como os provincianos viam a educação e quais eram os principais objetivos, com respeito à
educação. Mostrar também a luta dos verdadeiros professores, por uma educação
e profissão mais digna. Palavras-chave: ensino; professor; métodos; educação; costumes; burguesia The objective
of this paragraph is redeem and
search in the time, the forms and methods used by the “teachers” of that
time. As the province men saw the breeding and what were the main objectives,
of this breeding. Show also the hard way that the teachers pass to manage
a breeding and a job more dignified. Keywords: teaching; teacher;
methods; breeding; customs; rich society |
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O Brasil
transformou-se desde a época colonial portuguesa, em uma sociedade
dominada por grandes latifundiários. Essa transformação
provocou profundas convulsões, numa direção flutuante, do ponto
de vista tanto econômico como educacional. Houve nesse
período o término da aristocracia e o surgimento de novos tipos
de agentes econômicos, com a divisão de trabalho em escalas. Com esses
tipos de organizações, os grandes produtores rurais, os chamados
“senhores rurais”, exerciam funções nas quais deixou muito a desejar
na área educacional, pois suas metas eram apenas organizar um Estado
Nacional. Deu-se
aí o grande impulso progressivo no tradicionalismo vinculado aos
patriarcas, para a verdadeira separação
das partes agregadas tanto política, social, educacional, quanto
econômica de sistema colonial.
Os métodos educacionais aplicados
pelo sistema de então no Brasil Desde a
chegada no Brasil dos jesuítas, foram formadas escolas e conseqüentemente começou a doutrinação para a leitura, para
a escrita e para o canto. Segundo Nóbrega, em sua primeira carta
ao Brasil, ele afirma que “o irmão Vicente Rijo ensina a doutrina
aos meninos cada dia, e também tem escola de ler e escrever. O colégio,
contudo, era o grande objetivo, por que com ele preparariam novos
missionários”.(Lopes¸ 2000 :43) Mesmo assim,
as escolas foram construídas para doutrinar os índios, mas passaram
a ensinar, além dos índios, os filhos dos gentios e cristãos. Não resta
duvida que o papel dos jesuítas, na colonização do Brasil, ocupou
um lugar de destaque, em se tratando de missões cristãs. Estava
embutido nessas missões o papel de educador.
Em um primeiro
momento os padres jesuítas ficaram responsáveis pela alfabetização dos índios e outros segmentos
societários.
O professor e a escola no período
colonial Com o passar
dos séculos, o Brasil mostrou, no campo da educação, os ideais trazidos
pelos portugueses, para instruir
os leigos e uma forma de governar a igreja, pois era por intermédio
da igreja que os professores faziam o processo de laicização. O sistema
de educação, durante três séculos após
a chegada dos portugueses ao Brasil, era bastante precário,
em relação à instrução primária, o conteúdo de ensino era estabelecido
de normas burocráticas em que as escolas eram obrigadas a seguir.
Essa burocracia era estabelecida pela adoção rígida de um método
educacional, definição de conteúdos de ensino e autorização ou proibição
de livros. As famílias
esforçavam-se enviando membros para as escolas. Quais tipos de escolas
eram essas? Essas escolas
ficavam estabelecidas nas grandes propriedades, pois os padres ensinavam
os filhos dos fazendeiros e inclusive os filhos dos escravos. Nos
centros urbanos as instruções aos membros das famílias eram dadas
com o objetivo de desempenhar um oficio, como por
exemplo para exercer
algumas profissões e, até mesmo, ensinavam os proprietários de escravos. Os responsáveis
pelas famílias tinham desejo em que seus filhos aprendessem um estudo
para que se tornassem padres. Desta forma, faziam de tudo para que
os aprendizes dominassem a leitura e as lições, pois era o mínimo exigido para ingressar nos “colégios”. Os conteúdos
nos referidos “colégios” religiosos eram: filosofia, latim retórica,
francês, inglês, grego, economia e comércio existente no Rio de
Janeiro, naquela época. As formas
de ensino e aprendizagem começaram a mudar no início do século XIX,
pois o Estado começou a exercer um controle sobre a educação formal
no sistema educacional primário. Nessa época, foram nomeados 120
professores para a iniciação de uma nova aprendizagem, sendo que
Dom João VI enviou à Inglaterra alguns educadores para estudar um novo método
para a implantação no interior da corporação militar. Com o passar
do tempo, a função do docente mudou radicalmente. Pôde-se perceber
a manutenção e os novos modelos escolares implantados pela igreja,
trazendo consigo um novo corpo de docentes, treinados e orientados
pelo poder estatal. As escolas
normais implantadas no Século XIX revolucionaram o sistema educacional
de então, afastando o “velho” professor(mestre-escola) pelo um novo
modelo de professor.
A formação
das escolas normais foi promulgada pelo ato adicional em 1834. Foram
criados os sistemas de ensino de 1º e 2º grau e de formação de professores.
Tal decisão foi tomada para a descentralização administrativa, pois
havia uma forte centralização
do poder político.
A visão política educacional na época
colonial No século
XVI, os padres jesuítas ensinavam teologia-política, por meio de
encenação teatral nas escolas. Eram repassados para as instituições
de ensino, os métodos trazidos de Trento, o Concílio de Trento,
o qual deu uma nova dinâmica ao sistema pedagógico e, conseqüentemente,
transformou os métodos antigos de ensinar, que era arcaico, em uma
nova metodologia educacional. Com as
constituições elaboradas no período de 1548 e 1550(Lopes, 2000:
26) para os colégios da Companhia de Jesus, foram determinados que
aos domingos ensinassem publicamente conclusões retóricas e poéticas.
Nos colégios dos jesuítas, eram ministradas aulas de quatro horas
por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Eram ministrados nessas escolas:
“Preceitos dos tratados de Cícero(De oratore), Quintiliano(Institutio
oratoria), Aristóteles(Rhetorica) e Santo Agostinho(De doctrina
christiana), juntavam-se, então, novos títulos que sintetizavam
essas autoridades para os iniciantes”. (Lopes, 2000: 26). Os jesuítas
tinham optado por um humanismo de cultura e de formação, opondo-se
nitidamente ao humanismo de erudição. Com tais
mecanismos os professores (padres jesuítas) aplicavam as técnicas
mnemônicas. Não eram meros métodos para uma simples mecanização,
mas sim formas de representação teatral para memorizar. Nota-se
nitidamente que a educação era direcionada aos burgueses e pelos
burgueses. Pois os mesmos surgiram no Brasil, como uma entidade
especializada em manipular o comércio, indústria, serviços e, conseqüentemente,
a educação. Havia interesses nos modelos educacionais da época por
parte dos burgueses.
A estruturação da escola e a formação
do professor até 1930 A normatização
para o reconhecimento da classe do docente, teve início somente
em 1827, após a Lei Geral de Ensino. A partir desse instante, com
a normatização do Estatuto, teve início o processo de reestruturação
e hierarquização, com relação à classe dos professores. A ratificação,
quanto ao corpo docente, ocorreu em 1834, com o Ato Adicional, que
transferia as responsabilidades para as províncias, para a formação
dos docentes. Com a criação
das escolas normais, pelo mesmo Ato, houve uma transformação sociológica.
Os professores se obrigavam a se reestruturar e se preparar profissionalmente
para exercer as atividades de um verdadeiro mestre. Com as
mudanças sociológicas, criaram condições para o surgimento das associações profissionais, no século XIX. Com a transferência
da responsabilidade para as províncias, houve a descentralização
administrativa no ensino primário e secundário, bem como a interferência
no sistema de formação de professores. O corpo
docente era composto basicamente por professores (homens). Existiam
restrições, inclusive, quanto as meninas se matricularem nas escolas,
pois políticos se articulavam contra a capacidade de raciocínio
das mulheres. O Visconde de Cayru, em 1827,
juntamente com o Marquês de Caravellas destacavam “as meninas
não têm desenvolvimento de raciocínio tão grande como os meninos.
Por que então escolarizar as meninas?” O Ato nº
10 da Assembléia Legislativa da Província, definiu as disciplinas
a serem ministradas, as quais eram: as quatro operações de aritmética,
quebrados, decimais e proporções; conhecimento de literatura e escrita;
noções de geometria; geografia; princípios de moral e cristã e gramática nacional. A partir
de 1859, houve uma nova fase quanto às disciplinas
obrigatórias. Novas disciplinas
foram implantadas, como por exemplo: caligrafia, pedagogia,
noções de geometria, desenho, cosmografia, história do Brasil, música
e canto. Entre 1868
e 1876, profundas mudanças ocorreram dentro das instituições de
ensino, entre elas, a eliminação dos castigos corporais impostos
pelos professores aos alunos. Ocorreu
a substituição do castigo corporal pela “lição de coisas”. Dessa forma
os professores obrigaram-se a desenvolver novas formas pedagógicas,
introduzindo, assim, metodologias didática-pedagógica e reorganizar
a tempo da hora/aula desenvolvida dentro da sala de aula. Com a proclamação
da República, houve nova alteração na grade curricular, isso em
1893, sendo introduzido
Tal modelo
fora proposto por Benjamin Constant, entre 1890 e 1892. Em um relatório
datado de 8 de setembro de 1870, de José Carlos de Alambary Luz,
diretor da Escola Normal de Niterói, endereçada ao diretor da Instrução
Pública e também ao Presidente da Província do Rio de Janeiro ele
diz:
Não havia incentivo aos professores por intermédio
do governo para a educação na época, havia sim uma preocupação no controle dos custos despendidos.Tal fato ficou notório
quando Couto Ferraz, 1849, expediu o Regulamento da Instituição
Primária e Secundária, tecendo críticas, quanto ás despesas das
escolas existentes, pois no entender dele havia muito custo para
poucos estudantes. No mesmo regulamento foram propostas certas normas
para a formação do professor. Entre elas algumas de destaques
como o rebaixamento do salário dos professores, bem como a alteração
no conteúdo dado em sala de aula. Quanto à formação intelectual do professor houve uma
vigilância, ou seja, um policiamento dos professores, por meio de
um mecanismo rigoroso de inspeção. Foi criada a figura do inspetor
paroquial, o chamado “pelego”, para seguir os passos dos professores.
Os inspetores controlavam as condutas dos professores em sala de aula. O controle dos professores
era tão rigoroso, que os professores tinham que pedir permissão
do presidente da Província até para ir à missa aos domingos. Com tais exigências, os professores partiram para a
criação das primeiras associações profissionais. Essas associações
davam força aos interesses profissionais dos docentes. Como de costume, o Estado sempre combateu essas associações,
pois elas davam autonomia aos professores, e isso não era bom para
o Estado controlador. Com esse movimento, os professores na década de 1870,
reivindicavam a melhoria do estatuto de ensino, a definição da carreira
dentro da classe dos docentes e o reconhecimento da figura do educador,
bem como de sua profissão.
Considerações finais Com base nas informações colhidas, ficou nítido que
os “professores” da época colonial não tinham as mínimas informações
de métodos pedagógicos para poder passar seus conhecimentos aos
seus discípulos. Os padres Jesuítas, bem como outros “educadores”,
tinham em mente que os africanos e os amarelos (índios) não possuíam
uma inteligência fértil como os filhos dos burgueses que moravam
no Brasil na época. Havia muita discriminação, um exemplo era os
métodos aplicados pelos “professores”, formas grotescas (castigos
duro como: chibatadas, palmatórias, amarrar ao tronco quem não “aprendesse”
como os instrutores queriam etc), aos nativos e aos negros. Mas como sempre, houve quem lutasse por uma melhora
nas condições arcaicas da época. O Estado, como de costume, sempre
se omitia quanto às reivindicações dos verdadeiros educadores, entre
eles, Benjamim Constant e José Carlos de Alambary Luz.
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