1.
Introdução
O
desenvolvimento sustentável aborda a gestão de todos os ambientes e,
principalmente, das comunidades receptoras de recursos que têm como
objetivo atender às necessidades econômicas, sociais e culturais,
contribuindo de forma singular para a conservação dos recursos naturais
e, por conseqüência, das atividades derivadas destes recursos. De acordo com o relatório de Brundtland (1987), três princípios
basilares se constituem nas características deste estilo de
desenvolvimento: a elevação da qualidade de vida e a eqüidade social,
representando os objetivos centrais do modelo de sustentabilidade; a eficiência
e o crescimento econômico, necessários, embora não suficientes, para o
desenvolvimento sustentável; e a conservação ambiental, considerada uma
condição decisiva para a sustentabilidade e a manutenção a longo
prazo.
Os
preceitos estabelecidos pelo desenvolvimento sustentável têm alcance
mundial, a ponto de atrelar mudanças substanciais e estruturais na
economia, abrangendo todas as áreas geográficas do planeta. O Brasil e o
Estado da Bahia encontram-se dentro dessa mobilização para assimilação
deste conceito, reunindo esforços para aplicá-lo.
No
sul da Bahia, há uma vasta região propícia à implementação de políticas
sustentáveis de desenvolvimento com aproveitamento dos recursos naturais
existentes. Nas regiões costeiras meridionais, em especial no município
de Canavieiras, um dos recursos naturais presentes é o ecossistema de
manguezal, caracterizado pela oferta de material orgânico e diversidade
da fauna e da flora. A exploração destas áreas é uma das principais
atividades para a sobrevivência das populações desta região,
proporcionando o sustento de milhares de famílias e exercendo influência
sobre a economia formal e informal dos municípios costeiros.

Figura
1 - Vista panorâmica parcial da cidade de Canavieiras.
Fonte:
Prefeitura Municipal de Canavieiras, 2006.
No
presente artigo são apresentadas discussões sobre o conceito de
desenvolvimento sustentável, compreendendo os principais eventos mundiais
que focalizaram esse debate nas últimas décadas. Além disso,
evidenciam-se os principais temas que englobam a questão da
sustentabilidade nas regiões litorâneas da Bahia como: a biodiversidade
nos ecossistemas costeiros.
Para
efeito metodológico, foi realizado um levantamento bibliográfico e
pesquisa em documentos e outras fontes secundárias. Como fonte primária,
obteve-se depoimento de um dos membros do Instituto de Conservação de
Ambientes Litorâneos da Mata Atlântica (ECOTUBA) ,
o biólogo Anders Schmidt, constituindo numa base de informação
importante para a construção do referencial teórico e discussão do
tema proposto.
2.
Desenvolvimento Sustentável: um Breve Histórico
As
fundamentações teóricas, as premissas e os conceitos de desenvolvimento
têm uma origem histórica e são consideradas reações aos modelos já
adotados que apontam para a instabilidade das relações, com destaque
para o esgotamento dos recursos naturais e o aumento das desigualdades
sociais, evidentes após o declínio do padrão de crescimento econômico
aceito no período do pós-guerra definido como fordismo.
Atualmente
o conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se um fator imprescindível
para a convivência harmônica entre os povos, devido à introdução de
novas perspectivas para as relações socioeconômicas e ambientais. O
conceito clássico de desenvolvimento não mais satisfaz aos anseios da
população em nível mundial e, após a Segunda Guerra Mundial, o modelo
tradicional tornou-se insustentável, ensejando novos paradigmas econômicos.
Passou-se, então, a conceber um desenvolvimento regrado, no qual a
economia e a ecologia devem estar juntas a fim de que se conserve a matéria-prima
para as futuras gerações.
A
evolução deste conceito está relacionada à publicação de documentos
de repercussão mundial, formulados a partir da década de 60, quando se
começou a repensar as estratégias e modelos desenvolvimentistas
convencionais, baseados nas teorias de desenvolvimento e crescimento econômico.
O
modelo tradicional de desenvolvimento econômico entra em declínio a
partir da década de 70 e, desde então, sofre grandes contestações, na
medida em que seus postulados centrais se esgotam. Isto se ampliou com a
crise mundial do petróleo que, além de elevar os preços dos combustíveis
fósseis, sinalizou para o esgotamento das principais reservas naturais,
consideradas até o momento como abundantes e inesgotáveis. Com este
marco, os estudiosos, em especial os economistas, descobrem que os
estoques de recursos naturais são finitos e não infinitos como
imaginavam.
O
modelo de desenvolvimento adotado pelas nações capitalistas passou a
exercer forte influência sobre a produção e o consumo mundial,
constituindo-se num fator decisivo para aumentar a vulnerabilidade de
muitos países, principalmente das nações em desenvolvimento que, em sua
maioria, não possuem estratégias definidas para resolução dos
problemas relacionados às questões ambientais, institucionais, sociais e
econômicas.
O
panorama mundial, apresentado no período, e as constantes mobilizações
sociais e ambientalistas resultaram na conferência da Biosfera, em Paris,
em 1968. Para alguns estudiosos, o primeiro grande impacto nas sociedades,
provocado pelas discussões e debates envolvendo os novos desafios, foi a
realização do Clube de Roma, em 1969, momento em que se publicou o relatório
do Clube, intitulado - Os limites do Crescimento. Este documento
apresentou uma crítica sólida sobre a concepção da natureza, enquanto
recurso natural inesgotável e disponível à exploração da humanidade.
Neste
ambiente, propício à formulação de novas idéias e propostas de
desenvolvimento, a Organização das Nações Unidas (ONU), realiza em
1972, a Conferência das Nações sobre Meio Ambiente, em Estocolmo. O
resultado dessa conferência foi o crescimento dos movimentos
ambientalistas nos países desenvolvidos com intuito de repensar os
modelos adotados, quando surgem muitas correntes e alternativas de
desenvolvimento, principalmente nos países do Norte. Formularam-se novos
conceitos e modelos de desenvolvimento, com a finalidade de assegurar o
crescimento econômico e a preservação ambiental, tais como o de outro
desenvolvimento e desenvolvimento endógeno. Entretanto, merece destaque a
concepção difundida por Sachs, na década de 70, denominada
ecodesenvolvimento,
tornando-se, assim, um dos precursores do desenvolvimento sustentável.
A
partir de então, a crise ecológica transforma-se num problema político.
Parte da comunidade científica internacional, sintonizada com esse
projeto social, que emergiu após o encontro de Estocolmo, mobiliza-se em
todos os níveis da sociedade. Esse processo converge para a criação da
Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) em 1987,
conhecida como Brundtland devido
ao fato de o encontro ter sido presidido por Gro Harlem Brundtland,
Primeira Ministra da Noruega. Essa Conferência já evidenciava os
problemas interdependentes associados à degradação ambiental e à
sobrevivência da espécie humana e começou-se a mobilizar a
atenção da opinião pública, ambientalistas, cientistas em
escala planetária.
O
desenvolvimento sustentável teve como marco referencial o relatório de Brundtland
(1987), que o definiu como aquele desenvolvimento que atende às
necessidades das gerações presentes sem comprometer as futuras gerações.
Este conceito traduz a necessidade de se respeitar os limites da natureza
estabelecidos pela biosfera, sem comprometer o atendimento às principais
demandas da população.
O
paradigma de sustentabilidade, descrito acima, enseja mudanças nos
conceitos tradicionais de desenvolvimento, uma vez que estes não
contemplam a inclusão social e causam danos ao meio ambiente. Trata-se de
um modelo que evidencia a preocupação com o padrão de consumo, a
distribuição de renda e com a concentração da riqueza. Segundo Buarque
(2004), o desenvolvimento sustentável possibilita combinar: crescimento
econômico e eficiência, conservação ambiental, eqüidade social e
qualidade de vida. Nesta abordagem este estilo de desenvolvimento engloba
as dimensões sociais, econômicas e ambientais, possibilitando o uso
equilibrado e sustentado dos recursos naturais, respeitando a capacidade
de reprodução e recomposição desses recursos, para criar mecanismos
que permitam o acesso a esses recursos por toda a sociedade.
Todavia
o caráter sustentável requer uma moderação cuidadosa entre a cobiça
individual e a compaixão social. De acordo com Trevizan (2000), a
preocupação com o meio ambiente e seus impactos para a coletividade têm
provocado discussões em torno das perspectivas relacionadas ao homem e à
natureza, onde o ator principal, o homem, deve gerir de forma cuidadosa e
sustentável todos os recursos naturais, bióticos e abióticos.
No
âmbito internacional, o acontecimento mais marcante, no que concerne ao
meio ambiente, foi, sem dúvida, a realização da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), no Rio de
Janeiro. Ocasião em que foram discutidos intensamente os problemas
ambientais globais por presidentes e ambientalistas do mundo todo. O
resultado desta Conferência evidenciou as principais preocupações com o
meio ambiente e propôs ações incentivadoras do desenvolvimento sustentável,
a exemplo dos documentos publicados: Agenda 21, Declaração Rio, Convenção
sobre Biodiversidade e as mudanças climáticas no planeta, assinalando a
necessidade de maior compromisso da sociedade com o meio ambiente.
A
partir da década de 90, a preocupação com as desigualdades sociais,
econômicas e a proteção ao meio ambiente ocupam definitivamente o
centro das atenções das correntes dominantes da teoria do
desenvolvimento e do discurso da cooperação internacional. A constatação
dos erros cometidos, as distorções causadas e, sobretudo a permanência
das desigualdades está no bojo da crise intensificada nos anos 90,
sinalizada pela crítica e, ao mesmo tempo, pela possibilidade de mudanças.
Apesar
da grande relevância desta conferência e da formalização de acordos
pautados nos princípios do desenvolvimento sustentável, os problemas
ambientais e sociais, locais e globais ainda persistem, e, em alguns
casos, intensificaram-se, tendo como principal causa a ação humana sobre
à natureza.
2.1 Sustentabilidade: um enfoque
geral no Brasil
O
Brasil, como país signatário da Conferência Mundial sobre Meio
Ambiente, sediou a Eco-92, realizada na década de 90, momento em que
assumiu, junto com outras nações, o desafio de internalizar nas políticas
públicas o conceito e as práticas de sustentabilidade.
As
discussões acerca do tema no Brasil se expandiram logo após a realização
da Eco-92 com o aumento do número de Organizações Não Governamentais
(ONG’s) voltadas para a discussão de temas relacionados à problemática
ambiental e social.
O
instrumento utilizado pelo governo Brasileiro para “internalizar” os
princípios de sustentabilidade no país foi a criação da Comissão de
Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS), com o
objetivo principal de elaborar e implementar a Agenda 21 Brasileira.
A
elaboração da Agenda 21 envolveu uma metodologia participativa,
estruturada a partir de um processo de planejamento participativo, para
avaliar a situação atual do país, registrar suas potencialidades e
fragilidades, de modo que levantassem as bases para a construção de um
desenvolvimento integrado, ambiental, social e econômico no país.
Entretanto, o Brasil apresenta inúmeros desafios para a sustentabilidade,
tanto no plano econômico quanto no social e ambiental. Dentre eles,
destaca-se a concentração de renda, que se constitui num dos maiores
obstáculos à sustentabilidade.
Observa-se
que, no caso brasileiro, as diferenças tornam-se mais acentuadas quando
se compara a concentração de renda nas regiões brasileiras. Tal situação
culmina numa desigualdade de oportunidades, desde a expectativa de vida, o
acesso à saúde, a educação e habitação. A agenda 21 Brasileira
confirma essa informação, ao salientar que tanto a disparidade entre
segmentos sociais quanto as diferenças entre regiões têm forte influência
na geração de problemas sociais e ambientais, a começar pelo êxodo
rural de populações em busca de renda e serviços sociais.
Em
âmbito mundial, o Brasil vem se destacando nas discussões sobre a
sustentabilidade, sendo o primeiro país a se pronunciar no Fórum Econômico
Mundial, em 2003, na cidade de Davos, onde constou em pauta o combate à
pobreza, às desigualdades socais e, principalmente, à fome.
No
Brasil, apesar da abundância, os recursos naturais estão sujeitos a
constantes ações antrópicas, fato que resulta na fragilidade e mau uso
destes recursos. Neste contexto, a sociedade civil organizada tem proposto
um diálogo sistemático entre as organizações e o governo, incluindo
temas transversais como: educação, desenvolvimento humano, crescimento
econômico e conservação ambiental.
A
longo prazo o desenvolvimento sustentável deve se constituir num debate
nacional sobre a redução das desigualdades no país, a conservação dos
recursos naturais e a efetivação de políticas ambientais com vistas ao
atingimento de metas sustentáveis compatíveis com o crescimento econômico
e com o desenvolvimento duradouro e socialmente inclusivo.
3. Biodiversidade
nas Áreas Costeiras
A
diversidade biológica é um dos temas mais debatidos e preocupantes deste
século. O conceito de
diversidade biológica ou biodiversidade aqui utilizado é o expresso na
Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB, 1992), referindo-se à
variabilidade de organismos vivos incluindo os ecossistemas terrestres,
marinhos, bem como outros ecossistemas aquáticos e complexos ecológicos
de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies,
entre espécies e de ecossistemas que constituem a diversidade biológica.
De forma geral, os recursos naturais são indispensáveis à vida, pois são
utilizados nas mais diversas atividades produtivas, como a pecuária, a
pesca e o extrativismo. Pesquisas mais recentes estimam que o Brasil
possui aproximadamente 15% das espécies existentes no planeta.
A
conservação da biodiversidade permite a manutenção de serviços
prestados pela natureza, a exemplo: fertilidade do solo, os recursos hídricos,
a retirada de carbono da atmosfera, a continuidade do clima, a cadeia da
vida que nasce nos mangues e espécies do mar.
Atualmente,
a biodiversidade brasileira está ameaçada. De acordo com estudos, o
Brasil já perdeu aproximadamente 15% da Amazônia, mais de 90% da Mata
Atlântica, pelo menos 80% dos Cerrados e grande parte da caatinga,
enfrentando graves problemas nas zonas costeiras, em virtude,
principalmente, da destruição dos manguezais e da sobrepesca nas regiões
litorâneas.

Figura
2 - Vista panorâmica parcial da natureza ambiental do município de
Canavieiras.
Fonte:
Prefeitura Municipal de Canavieiras, 2006.
As
regiões costeiras do sul da Bahia possuem uma extensão de quase 100.000
hectares de manguezais, destacando-se o município de Canavieiras por
possuir um dos mais ricos ecossistemas em oferta de material orgânico e
biodiversidade da fauna e flora. O ecossistema de manguezais apresenta condições favoráveis à alimentação, proteção e reprodução
de espécimes, funcionando como instrumento regulador do equilíbrio da
cadeia trópica, contribuindo para a transformação das matérias orgânicas
em valor ecológico, social e econômico.

Figura
3 - Vista lateral do ecossistema manguezal próximo à comunidade de
Campinhos.
Fonte:
Dados da pesquisa.
Em
entrevista recente, o biólogo
do Ecotuba, Anders Schmidt, destacou que Canavieiras vem sendo pressionada
por atividades ligadas à carcinicultura, exploração petrolífera,
silvicultura e turismo. De acordo com o biólogo, todas essas atividades
afetam diretamente os ambientes litorâneos e, com exceção do turismo,
as demais trazem benefícios para poucos e prejuízos para muitos. A ausência
de Unidades de Conservação no município, por sua vez, o deixa vulnerável.
Os
recursos disponíveis nestas áreas são ainda explorados de forma
artesanal, com reduzido controle e fiscalização, constituindo-se na base
econômica para a sobrevivência de um expressivo número de famílias e
movimentam outras esferas da economia local, ramificando-se pelo comércio
da gastronomia e outros serviços ligados ao turismo e à saúde que
promovem a circulação de valores monetários e geração de renda.
O
aumento do contingente populacional nessas áreas têm provocado conseqüências
invitáveis aos seus ecossistemas, devido à introdução de usos
conflitantes que oscilam entre o desenvolvimento econômico, a proteção
ambiental e o manejo dos recursos naturais. Cada vez mais, observam-se
graves problemas de desequilíbrio ambiental que resultam na perda de
habitats, redução da biodiversidade e alterações nas características
ecológicas, muitas vezes de caráter irreversível. É fácil identificar
que o desequilíbrio na relação homem/natureza está por detrás desses
problemas (COUTINHO,1999,pg. 136 ).
Figura
4: Exemplo de lixo a céu aberto proveniente de dejetos domésticos
produzidos pela comunidade de Campinhos, e lançados em área de
manguezal.
Fonte:
Dados da pesquisa.

Figura
5 - Família de marisqueiras na comunidade de Oiticica, no
município de Canavierias, Bahia, no período de 2005-2006.
Fonte:
Dados da pesquisa.
4. Considerações
Finais
O
desenvolvimento sustentável pressupõe a manutenção dos recursos
naturais a longo prazo e, paralelamente, equilíbrio entre o crescimento
econômico e a eqüidade
social. De acordo com essa compreensão, o modelo de sustentabilidade
implica o reconhecimento de que a capacidade de manutenção dos recursos
naturais é determinada pelas condições de mercado, tanto em referência
aos padrões de produção e consumo das sociedades humanas, e deve,
paralelamente, inserir as questões ambientais referentes à reposição
dos recursos naturais renováveis, à exploração dos não renováveis e
à qualidade de vida da população humana.
A
sustentabilidade no Brasil e na Bahia se torna, dia-a-dia, um desafio para
os governantes, sociedade civil e demais atores sociais. A
sustentabilidade nas regiões costeiras só será obtida a partir do
momento em que o homem possibilite a conservação, a integridade dos
processos naturais e o combate às desigualdades regionais.
Na
região costeira, o desenvolvimento sustentável assume importância no
mesmo momento em que há uma crescente demanda pelos recursos naturais
extraídos pelos manguezais que movimentam a economia formal e informal
dos municípios litorâneos e são responsáveis diretos pela sobrevivência
de um contingente populacional expressivo.
Assim, para que o conceito de desenvolvimento sustentável seja
internalizado é preciso equacionar o binômio progresso econômico e
preservação ambiental, tendo em vista a necessidade de possibilitar
condições satisfatórias de sobrevivência para as gerações futuras.
De forma mais ampla, deve contribuir para um desenvolvimento, com ampliação
substancial da oferta de empregos, geração de renda, conservação dos
recursos naturais e melhoria nos índices de desenvolvimento da população
humana.
Dentre
as questões mais relevantes nesta discussão estão a conservação das
áreas costeiras, consideradas um dos tripés da sustentabilidade,
e a redução das desigualdades existentes na Bahia, com destaque para o
município de Canavieiras.
Nas
áreas costeiras, em especial no Sul da Bahia, a sustentabilidade não
poderá excluir as seguintes variáveis: oportunidades econômicas, como o
turismo, redução das desigualdades sociais e a conservação dos
recursos naturais. Essa região precisa encontrar alternativas econômicas,
sociais e ambientais, coerentes com os objetivos de longo prazo ou da
sustentabilidade.
Num
desafio como este, certamente, não haverá de faltar incompreensões,
contradições e conflitos. No entanto, isso não se trata de uma ação
estanque, mas de um processo permanente, sob muitos aspectos ainda utópicos,
centrado numa ética de valorização humana e da vida. A internalização
do conceito de desenvolvimento sustentável é um marco para as análises
mais existencialistas, em que o ser humano se constitui o verdadeiro
diferencial e a maior garantia de sustentabilidade para qualquer modelo ou
projeto de desenvolvimento.
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