Leitura:
aprendizagem e prazer
Quase
em lágrimas, acabei por depô-los [os
livros] sobre os joelhos de minha mãe.
Ela
levantou os olhos de seu trabalho: ‘O que queres que eu te leia,
querido?
As
Fadas?’ Perguntei incrédulo: ‘As fadas estão aí dentro?’
Jean
Paul Sartre
Resumo:
Desenvolver
o gosto pela leitura é o tema a que se pretende discutir esse
texto. É possível estabelecer um vínculo de prazer ao ato de
ler? Tudo depende da forma como é apresentado tal prática ao
individuo na sua mais tenra infância. Se a leitura do mundo
precede a leitura da palavra, estimular o imaginário da criança
através de contos maravilhosos pode ser um bom começo.
Palavras-chave:
Infância, leitura; contos maravilhosos
Abstract:
To
develop the taste for reading is the theme of this paper. Would it
be possible to establish a connection between pleasure and the act of reading? Everything
depends on the way such a practice is introduced to the individual
in first childhood. If the reading of the world precedes the
reading of the word, to the stimulation of the imaginary of the
child through wonderful stories can be a good beginning.
Key-words:
infancy, reading, wonderful
tales |
Eu
diria que também as fadas madrinhas, as bruxas ossudas com seus narizes e
queixos desmesurados, os monstros de várias cabeças e caudas, os
gigantes que devoram criancinhas, as florestas encantadas, os imensos
castelos... tudo quanto uma criança é capaz de imaginar, de inventar
cabe dentro de um livro.
Os
primeiros contatos de uma criança com um livro precisam ser incentivados
pelos adultos, pelas pessoas que estão à sua volta, principalmente,
porque a criança sente uma vontade irresistível de imitar o adulto. É
preciso aguçar aquilo que a criança já possui de sobra: a curiosidade,
pelo simples desejo de conhecer as coisas. Por isso ela está sempre
questionando e exigindo respostas que lhes dê contentamento. Logo, não
serve qualquer resposta, já que é preciso ter muito cuidado com o que se
diz, pois a criança sabe, pressente quando está sendo enganada. Por isso
é muito importante que o adulto aprenda a lidar naturalmente com a sua
curiosidade, de modo que seja possível transformar essa mesma curiosidade
em uma espécie de ferramenta favorável à aprendizagem das mais diversas
formas de leituras que o mundo oferece.
Nas
reminiscências da minha infância estão as histórias que a tia Elpídia
nos contava. Era um período em que eu passava as férias na casa do meu
pai em uma cidadezinha do interior da Bahia. Nesse lugar, freqüentemente,
faltava energia elétrica. E, certamente que este fator contribuía muito
para que se desencadeasse em nós (em mim e em meus irmãos) a vontade de
ouvir histórias maravilhosas e, com isso, a certeza de embarcar em
aventuras aparentemente sem limites. Lembro-me da voz doce e mansa da tia
Elpídia quando começava a narrativa: Era uma vez... Essas três
palavrinhas, por si só, já eram mágicas o suficiente para despertarem
em nós uma alegria diferente, única. Uma sensação de prazer que
colocava todos os nossos sentidos de prontidão: nossos ouvidos ficavam
aguçadíssimos para que não perdêssemos nenhum detalhe da história. E
de suas palavras pareciam brotar cheiros, cores e sabores. Quando a tia
Elpídia alterava seu tom de voz e arregalavam-se seus olhos, todos nós
sabíamos, intuitivamente, que o nosso herói estava em perigo. Em
resposta a estes estímulos, franzíamos as nossas testas, apertávamos os
nossos olhos, torcíamos as nossas mãos, na ânsia de que aquele momento
terrível passasse depressa... Fecho os olhos e é como se a visse
cantando novamente, principalmente naqueles momentos em que descrevia o
duelo mortal entre a princesa e a bruxa má:
AROEIRA
AROEEIIRA! esse fogo se rende...! (e o fogo crescia e crescia! Até alcançar
o céu!).
AROEIRA
AROEEIIRA! esse fogo se apaga ...! (e o fogo ia baixando, baixando, até
se findar...)
Essa
“cantiga” permeava todas as situações de embate entre a linda
princesa e a bruxa má. Inúmeras e repetidas vezes. Trocavam-se apenas os
elementos da natureza (as águas, os ventos, as areias do deserto).
“Aroeira-aroeira” era, então, o seu “pirlimpimpim”, o seu “shazan”,
a palavra mágica que conclamava a presença das forças sobrenaturais
que, juntamente com todos os elementos da natureza, se faziam coadjuvante
dos heróis ameaçados pela bruxa perversa...
Hoje
sei que aquela repetição tinha um sentido, e o sentido maior é que
nunca me esqueci desse momento tão prazeroso em minha vida. Tal experiência
me marcou profundamente. Minha tia, uma pessoa deveras simples, conhecia a
técnica da repetição como uma forma de comprovar a “verdade” de sua
história, de nos convencer que aquilo tudo era “verdade de
mentirinha” (verdade ficcional/verossimilhança), e a gente se convencia
daquilo tudo: sofríamos com a princesa e nos regozijávamos muito com a
sua vitória. Ao término de cada conto, pedíamos com eloqüência:
“CONTA DE NOVO! CONTA OUTRA VEZ!”.
Encantamentos,
fantasias, mágicas, inúmeros seres sobrenaturais. Eis os ingredientes
capitais das histórias que a tia Elpídia nos contava. E quanto mais ela
contava, mais a nossa curiosidade se aguçava. Mais histórias queríamos
saber, quantas mais houvesse. Esquecíamos
do mundo, do tempo, nada mais nos importava.
Diante
disso tudo, uma questão se impõe: por que será que a criança necessita
tanto da fantasia? Yunes e Pondé (1989, p. 47), afirmam que
A
fantasia é uma maneira de traduzir a realidade [...] O discurso literário
abre perspectivas para a percepção do mundo do ponto de vista da infância,
traduzindo então suas emoções, seus sentimentos, suas condições
existenciais em linguagem simbólica que efetue a catarse e promova um
ensaio geral da vida: isso já ocorre com o brinquedo em que a própria
criança pode tornar-se narradora, o ‘autor’ do texto.
Em
entrevista à Revista Veja (1993, p. 7,8) René Diatkine, um
psicanalista francês que defende a leitura dos contos infantis para a
formação de adultos saudáveis, diz o seguinte:
É
o jogo entre a linguagem do cotidiano e do texto dos contos que enriquece
o imaginário infantil [...] a leitura não deve ser encarada como
aprendizado puramente escolar. Ler um conto é uma brincadeira que deve
ser repartida com prazer; as crianças precisam de histórias que as levem
a conhecer outro mundo.
Fico
refletindo sobre os meus primeiros contatos com a leitura e me pergunto:
quem já não se deliciou ao ouvir ou ler contos tão maravilhosos em sua
infância?! Ou até mesmo em fase adulta? por que não? Contos como A
Gata Borralheira, João e Maria, A Moura Torta, A Sereiazinha, dentre
tantos outros. Lembro com carinho da minha infância, principalmente
quando ia dormir e ficava imaginando os detalhes do vestido “cor
do céu com todas as estrelas” que fora dado pela fada madrinha à pobre
Gata borralheira, que apenas desejara dançar com o belo príncipe...
que sensação agradável essa de poder continuar a história em minha
cabeça, mesmo após o término da leitura, para conservar a atmosfera de
sonhos que os contos tanto me proporcionavam. Faço parte, até hoje, de
uma platéia que assiduamente assiste aos filmes de Walt Disney. E com
muito prazer! Assistir aos filmes de Walt Disney é a chance que tenho de
confrontar as imagens projetadas pelos filmes com as imagens criadas em
minha imaginação durante a minha infância... Pois assistir a um filme
é também uma forma prazerosa de leitura.
Maria
Lúcia Fernandes Guelfi em seu artigo Literatura Infantil – fantasia
que constrói realidades (1996), lembra que:
Muitos
pais ignoram que a fantasia e as brincadeiras desempenham um papel
importante no desenvolvimento de uma mente saudável que, superando
ansiedades, conflitos e medos, aprende a controlar seus impulsos e esperar
momentos adequados para resolver problemas e satisfazer [seus]
desejos [grifos meus].
Penso
nas estratégias da Sherazade, a inesquecível personagem das Mil e uma
noites, quando cheia de astúcia, conseguia
seduzir o sultão Chahriyar com a sua narrativa envolvente, a tal ponto de
que a cada noite deixava uma história inacabada a fim de não ser
executada na manhã seguinte. Contava, então Sherazade, "histórias
em cadeia", nas quais o final de um conto servia sempre como um
gancho para o conto a ser narrado no dia seguinte.
Nessa
perspectiva. Yunes e Pondé (op.cit., p. 60), alertam que
O
hábito de leitura se forma ‘antes’ mesmo do saber ler – é
ouvindo histórias que se ‘treina’ a relação com o mundo;
daí que contar, recontar, inventar, sem que se proíba falar, leva
inclusive ao gosto de encenar [...] leitura não é castigo, não exige
resposta pronta, nem se mede com provas. [grifo meu]
Então,
volto a pensar em Sherazade e percebo quanta coisa interessante para se
aprender com essa personagem. Fico a imaginar como seria bom se nós
professores (e também os pais, tios, avós e padrinhos e seus respectivos
pares, afinal, essa lista não se esgota!) preocupados com a promoção da
leitura, com o prazer inigualável que a leitura pode proporcionar,
desenvolvêssemos, priorizássemos mesmo, essa capacidade de seduzir, de
atrair, de formar leitores (e não apenas ledores-decodificadores) em
busca de leituras diversificadas, efetuadas com e por puro prazer!
Para
seduzir ou ganhar novos leitores, penso que é imprescindível saber usar
dos artifícios necessários no qual se possa
oferecer ao outro o que o outro deseja, mesmo que este não tenha
consciência do seu próprio desejo, de sua necessidade em adquirir novos
conhecimentos. Seduzir pela força da palavra bem aplicada, pela sugestão,
passando um entusiasmo honesto, verdadeiro. Seduzir pelo exemplo exercido
em casa, tornando a leitura uma prática prazerosa que pode (e deve)
tornar-se familiar, encontrando respaldo na escola através de professores
leitores, no sentido amplo que envolve a palavra leitura. Refiro-me ao
tipo de professor que “lê” as necessidades individuais de cada
educando.
Para
se ganhar/formar um leitor, é preciso despertar na criança o prazer de
realizar inúmeras descobertas em um livro, uma revista, em um gibi, em um
jornal... Volumes que falem de seus interesses individuais, da realidade
de seus cotidianos, das suas alegrias e tristezas,
das suas dores e inquietações, dos seus sentimentos e de seus
desejos secretos.
É
para isso que a Literatura se presta, para auxiliar o ser humano a
compreender a sua própria existência através de uma linguagem
cuidadosamente elaborada, uma linguagem especial que fala do homem
enquanto um ser enigmático, um ser que busca permanentemente decifrar os
mistérios da própria vida e, principalmente, ser feliz.
Nesse
sentido, o acesso à Literatura Oral (CASCUDO, 1984),
que se manifesta através de gêneros denominados por Jolles (1975) como formas
Simples (contos, mitos,
lendas, poesias, fábulas, causos e adivinhas dentre outras formas
de expressões orais), é de fundamental importância para impulsionar o
interesse infantil pela leitura.
Por
isso discordo, em parte, do que Aguiar e Silva (apud Lajolo 1982, p.95),
diz sobre a Literatura:
A
Literatura não é um jogo, um passatempo, um produto anacrônico de uma
sociedade dessorada, mas uma atividade artística que, sob multiformes
modulações, tem exprimido e continua a
exprimir, de modo inconfundível, a alegria e a angústia, as certezas e
os enigmas do homem.
Nessa
perspectiva, por que a Literatura não pode ser um jogo? Um passatempo?
Por que as palavras jogo e passatempo assumem uma conotação tão
pejorativa? Quem disse que o prazer precisa estar dissociado do estudo, do
trabalho, do processo de aprendizagem?! E afinal, o que é um jogo, um
passatempo? Com o auxílio do dicionário Aurélio (1995, p. 377),
chego ao seguinte significado, dentre diversos outros que a palavra jogo
oferece: “atividade física ou mental organizada por um sistema de
regras que definem a perda ou o ganho”.
Nesse
sentido, vale lembrar que o texto literário, através de seu criador (o
autor), impõe suas regras e, assim sendo, cabe ao leitor cumpri-las para
que a comunicação se realize devidamente. Trata-se, portanto, de um jogo
em que, conforme Iser (1999), a obra literária deriva de um processo
interativo entre o fictício e o imaginário. Neste processo
de produção literária, que envolve os atos intencionais do fingir
(seleção, combinação e autodesnudamento), o
discurso verbal (oral ou escrito) ganha foro do estético, passando por
critérios que possibilita alterar-lhe a forma, a ordem, remodelando-o a
fim de constituir idéias pelas quais os significados irão se dispor em
arranjos que transmitirão emoções ao receptor (o leitor). É desse modo
que a Literatura incorpora o lúdico, numa espécie de jogo entre os
elementos que a constituem. Assim, o prazer do leitor ao interpretar o
texto (ao entender as regras impostas pelo texto) é indiscutível.
Segundo Yunes e Pondé (1989, p.37), “a interpretação nada mais é do
que o exercício do próprio pensamento em torno do pensamento alheio”.
Eu diria que o uso e a disposição das palavras no discurso, de modo a
obter um sentido especial, é um ato (intencional) de emocionar,
inquietar, provocar reflexões no leitor.
Conta
Lajolo (1982, p. 112) que quando o homem descobriu a linguagem, tudo se
modificou porque o homem descobriu a sua capacidade de nomear as coisas. E
foi assim que se completou a grande transformação do homem, pois “o
homem não era mais um ser entre outros seres, mas o ser capaz de
simbolizar todos os outros”. Daí a necessidade de perpetuar suas idéias
através dos desenhos em suas cavernas. “Bichos, plantas, rios e
montanhas receberam nomes. Foram reproduzidos em desenhos, foram
simbolizados por sons e sinais gráficos” (ibidem). O homem descobrira a
escrita, enfim. Descobrir um sentido/significado para os acontecimentos,
eis a força que constantemente impulsiona o homem em busca de solucionar
suas inquietações e, por conseguinte, alcançar a sua própria
felicidade.
Conforme
Araújo (2000, p.09), a leitura deve ser usada “como
um instrumento de transformação dos indivíduos na perseguição de uma
causa comum a todos: a felicidade inculpada das pessoas, o pleno prazer de
todos que fazem parte da nossa sociedade”.
Nesse
sentido, cabe lembrar Paulo Freire (apud Martins, 1994, p.10), quando propõe
que “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura
desta implica a continuidade da leitura daquele”. Como é sabido,
aprender a ler não se restringe apenas ao decodificar letras, sílabas,
palavras. Há uma espécie de leitura que se inicia desde o nosso
nascimento e que nos acompanha pela vida inteira. Isso quer dizer que as
experiências pessoais, individuais ou coletivas, são sempre ativadas no
amplo processo da leitura, inclusive, do texto escrito.
Ainda
de acordo com Paulo Freire (idem, p.12), “ninguém educa ninguém, como
tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão,
mediatizados pelo mundo”, ou seja, o ato de educar, de se ensinar a ler,
precisa se constituir em um pacto entre o educador e o aluno.
A
função do educador (ou dos pais e de todos aqueles que participam do
cotidiano de uma criança) seria, primeiramente, antever o desejo e a
necessidade de seu aluno (a); segundo, promover situações e condições
para que esse (a) aluno (a) (filhos, sobrinhos ou netos) pudesse realizar
a sua própria aprendizagem. Isto é, fomentar e provocar um encontro
especial entre a criança e o texto literário, na expectativa de torná-lo
um “sujeito-leitor”, na expressão de Jorge Araújo (idem). Um leitor
disposto a desvendar os mistérios do mundo e desenvolver a sua própria
capacidade leitora e analítica promovendo, desse modo, o tão necessário
auto-conhecimento através daquilo que é lido e, conseqüentemente,
experienciado.
Jorge
Araújo (ibidem, p. 20), em seu artigo A linguagem nos estratifica e
nos reúne, diz o seguinte, “quando penso na constituição do
sujeito-leitor, penso no re-cordare, no objeto de recordação dinâmica,
um retorno ao coração do homem e do mundo, [pois] o filtro da memória
afetiva é o que nos leva ao aprendizado do mundo”. Em uma linguagem
simplificada seria o mesmo que afirmar que para “pegar no laço” um
leitor promissor, basta sugerir, criar oportunidades de leituras,
abordando assuntos de interesse da criança. Melhor dizendo, as indicações
de leituras devem – antes mesmo do ato de ler - agradar ao seu receptor.
Percebe-se, assim, que a questão da leitura passa também pela questão
individual de cada sujeito, inserido em um contexto histórico e
sociocultural que deve ser levado em consideração. Não se trata,
portanto, de uma questão coletiva, visto que se corre o risco de
empreender uma ação massificadora e, possivelmente, mal sucedida.
Por
que, então, a escola trata da aquisição da leitura de forma coletiva,
despersonalizada? Para homogeneizar o pensamento, a visão de mundo das
pessoas? Nesse sentido, Araújo (ibidem, p. 52), alerta que “Os
problemas gerais que cercam o ato de ler no Brasil [passam] pela falta de
planejamento pedagógico da leitura, a pobreza do produto, os objetos do
mercado, o que faz da literatura para crianças uma terra de ninguém”.
A
escola, de uma forma geral, preocupa-se muito (mais do que deveria ou pelo
menos de uma forma inadequada) com os conteúdos programáticos e, no
entanto, esquece-se de promover o encontro prazeroso com o processo
ensino-aprendizagem da leitura, pela qual se chegaria, de forma muito mais
eficaz, aos conteúdos, isto é, através do desenvolvimento da capacidade
crítica do indivíduo. Nesse contexto, faz-se necessário modificar o
conceito de educação que, no seu sentido pragmático, passou a
significar um comportamento padronizado, adaptado a um sistema rígido que
dita normas, modelos, reproduções de formas e de gestos a serem
repetidos em contextos que nem sempre são apropriados.
Formar
leitores críticos é, sim, uma tarefa possível. No entanto, sabemos que
algo precisa ser feito nesse sentido. Algo que, conforme propôs Paulo
Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia (1999), realmente possa
auxiliar na construção de uma pedagogia nova, mais tolerante, que
transforme o ensino numa prática educativo-crítica e de libertação.
Alicerçadas em competência (a formação do docente aqui é uma questão
relevante, que não pode mais ser protelada), criatividade, pesquisa,
generosidade, doação. Algo que nos faça lembrar que somos humanos e que
cada um, na sua individualidade, merece respeito. Trata-se, portanto de
uma pedagogia de autonomia. Autonomia fundamentada na formação e
atualização do docente.
Através
de uma ética baseada na simbiose “escola-pais-poder-público-sociedade”,
penso que as instituições de ensino poderiam rever e re-orientar as suas
funções no sentido de contribuir para a re-formulação do docente, a
fim de que a educação se torne uma prática reveladora de conhecimento,
orientada para promover a autonomia moral e intelectual de cada indivíduo.