Por MARCOS RIBEIRO DE SANTANA

Graduando em Filosofia pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), trabalho articulado ao projeto de iniciação científica do programa PIBIC/FABIC – UNIMEP, orientado pelo prof. Drº. Márcio Danelon.

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A Consciência de Angústia: uma abordagem sobre a condição existencial em Sartre

Marcos Ribeiro de Santana

 

RESUMO

O presente texto corresponde a uma investigação bibliográfica sobre a temática da angústia na obra de Sartre (1905-1980), O Ser e o Nada (1943), na premissa de pensá-la como uma condição existencial. Tal premissa parte da destituição de um Ego presente na consciência como pólo condensador e criador de suas manifestações. Dessa destituição, Sartre leva às últimas conseqüências a constituição simultânea da consciência como Nada, Liberdade e Angústia. Nesta perspectiva, o texto traça uma investigação sobre as articulações antropológicas sartreanas, apontando para constituição do homem enquanto lançado no mundo, num projetar rumo à construção de seu próprio ser. Solitário (nada) e condenado a escolher (liberdade), o homem tem que criar na sua existência uma maneira de ser. Essa escolha deve ser realizada pelo próprio vazio da consciência construída nos caminhos da liberdade e na vertigem da angústia de seu próprio existir.

Palavras-chaves:  Angústia    Consciência    Existência

THE CONSCIENCE OF ANGUISH: A APPROACH ABOUT THE CONDITION EXISTENCELY IN SARTRE

Abstract

This paper correspond to a investigation bibliographic about the thematic of anguish in the Sartre’s (1905-1980) book, L’être et le Néant (1943), in the premise of think his like existence. This premise beginning of the ego in the conscience like polo condense and cri creator of his show. Of this desconstitution, Sartre conduce to the last consequence the constitution simultaneous of conscience as nothing, freedom and anguish. In the sense, this paper make a investigation about the Sartre’s thesis antropological, appoint to constitution of human being like throw in the word, inn the project to construction of her being. Lonely and condense to choose, the man has of creation in his existence a great of being. This choose would be mad by empty of conscience, construct in the road of freedom and in the vertigo of his existence.

Key words - Anguish – Conscience – Existence

 

PRÓLOGO: A condição existencial

O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) considerado como um dos principais expoentes do existencialismo, destacou-se primeiramente no cenário filosófico com a obra A transcendência do Ego. No entanto, a obra de maior relevância do pensador francês é O Ser e o Nada, cuja investigação está voltada para descrição do ser nas suas dimensões existências. Tanto que obra subintitula-se de Ensaio de ontologia fenomenológica. Dessa busca pelo ser o foco central do pensamento sartreano recai exclusivamente sobre o ser humano e sua relação com o mundo: “a compreensão da existência como condição e da contingência como o seu horizonte-limite” (SILVA, 2005, p.12). O que consiste que o projeto de pensar a realidade humana em Sartre passa precedentemente não pela compreensão da essência, que seria algo necessário, caracterizado como natureza humana, mas sim pela existência, na sua radical contingência, enfatizando a condição humana. Trata-se de um olhar que recai sobre a realidade humana numa atitude de contínua interrogação sobre sua própria condição, enquanto um projeto perpétuo de construção de seu ser. Isto faz com que o existencialismo apresentado por Sartre esteja voltado para tudo que compreende a realidade humana. Que tem como ponto de partida a subjetividade – a consciência.

Dentro desse panorama, o texto delimita-se a investigação sobre a problemática conceitual da angústia, presente no pensamento sartreano. O objetivo é apontar a angústia como elemento próprio da condição antropológica existencial. Para o desenvolvimento dessa proposta o  texto é apresentado em dois capítulos, a saber:

O primeiro intitulado, Consciência: A morada do nada e o projetar na liberdade, priorizará a temática da consciência em Sartre, definida a partir da fenomenologia de Husserl, em que “toda consciência é consciência de alguma coisa”. Destacando a consciência constituída pelo Nada, o que a faz totalmente livre para escolher, para fazer-se ser. O que a caracteriza como consciência de liberdade, e paralelamente como consciência de angústia.

O segundo capítulo denominado, Angústia: a vertigem da liberdade a captação do nada, refere-se a abordagem da dimensão da consciência de angústia numa simultaneidade com a constatação do nada de ser e com a liberdade. Apresentando a angústia como um elemento intrínseco na condição existencial humana, diante da ausência ser que a projeta na liberdade de fazer ser pelas próprias escolhas.

Por fim, o Epílogo: E agora  existo, destaca a constatação da consciência humana marcada profundamente pela angústia. Pelo fato de que o homem como nada de ser se projeta no mundo para se fazer enquanto ser  aparado apenas pela liberdade.

A CONSCIÊNCIA : a morada do nada e o projetar na liberdade

Para Sartre, todo estudo sobre a realidade humana deve ter por princípio a subjetividade (cf. SARTRE, 1970, p. 247), precisamente a consciência – o cogito. O que o faz herdeiro da problemática moderna. No entanto, difere consideravelmente das características apresentadas na origem dessa temática, especificamente no que diz respeito a maneira de como foi estabelecido pelo plano cartesiano. Em Descartes, o cogito corresponde na constatação de uma substância pensante – Eu penso – cuja conseqüência resulta numa subjetividade fechada em si mesma, que pretende estabelecer o domínio do conhecimento humano. Embora Sartre traz no preâmbulo de seu pensamento a herança da tradição filosófica do cogito, ele o faz na esteira fenomenológica, levando-a às últimas conseqüências. Por este aspecto que há o distanciamento das conclusões sobre o cogito apresentadas na modernidade com Descartes, como uma Res cogitans; e também na contemporaneidade no campo da fenomenologia de Husserl, em que ele concebe algo por de trás da consciência, na forma de Ego transcendental.

Quanto a Descartes, o filósofo d’O Ser e o Nada destaca que o Eu penso (cogito), trata-se apenas de uma ação que corresponde a um caráter funcional: “Descartes o havia questionado em seu aspecto funcional: ‘Eu duvido, eu penso’. E, por querer passar sem fio condutor desse aspecto funcional à dialética existencial, caiu no erro substancialista”. (SARTRE, 2002, p. 121). Segundo Sartre, Husserl segue o mesmo procedimento permanecendo também numa descrição funcional do cogito, resultando numa simples aparência (cf. SARTRE, 2002, p.121). Assim, tanto Descartes como Husserl permaneceram numa verdade essencial. Sartre comenta:

Para alcançar esta consciência em sua existência mesma, dispúnhamos precisamente de uma experiência particular: o Cogito. Husserl e Descartes, como mostrou Gaston Berger[1], pedem ao cogito que lhes entre uma verdade de essência: em um, alcançamos a conexão de duas naturezas simples, no outro, captamos a estrutura eidética da consciência. Mas, se a consciência deve fazer sua essência ser precedida por sua existência, ambos cometeram um erro. (SARTRE, 2002, p.542)

A consciência, em Sartre, no eixo da fenomenologia, tem o mesmo sentido descrito no pensamento husserliano: “Toda consciência, mostrou Husserl, é consciência de alguma coisa. Significa que não há consciência que não seja posicionamento de um objeto transcendente, ou, se preferimos, que a consciência não tem ‘conteúdo’” (SARTRE, 2002, p. 22). Esta definição de consciência faz dela uma abertura para o mundo, o que caracteriza, segundo Sartre sua intencionalidade, algo próprio da consciência. “Pela intencionalidade, ela transcende-se a si mesma, ela unifica-se escapando-se”. (SARTRE, 1994, p. 47). Ou seja, a consciência se unifica na medida que ela própria se transcende para alcançar os objetos. Destaca-se que este objeto não é unificado pela consciência, pois na fenomenologia a consciência não assimila o objeto, ela escapa a si rumo ao objeto que também é transcendente. Assim, a consciência apenas desliza sobre o objeto sem aprendê-lo como um conteúdo no seu interior. Neste transcender não há nenhum núcleo que se consolida como suporte para a consciência, nem no seu interior (Descartes), nem por detrás dela (Husserl). Isto significa que a consciência (Para-si) se caracteriza como translúcida e vazia de qualquer habitante, situando para fora de si, numa relação com o mundo dos objetos (Em-si).

Esta destituição de um Eu na consciência – temática relatada na obra A Transcendência do Ego – trata-se de uma composição contrária a elaboração pensada pela tradição filosófica e psicológica, que institui de maneira formal ou material esta presença egológica na consciência.  Sartre comenta:

Para a maioria dos filósofos, o Ego é um ‘habitante’ da consciência. Alguns afirmam a sua presença formal no seio das Erlebnisse[2] como um princípio vazio de unificação. Outros – psicólogos na maior parte – pensam descobrir a sua presença material, como centro dos desejos e dos atos, em cada momento da nossa vida psíquica. (SARTRE, 1994, p. 43)

Nesta perspectiva, Sartre elabora uma subjetividade, caracterizada por uma consciência aberta, destituída de uma essência interior ou qualquer substância que a defina como alguma coisa. Assim: “O primeiro passo de uma filosofia dever ser, portanto, expulsar as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação entre esta e o mundo, a saber, a consciência como consciência posicional do mundo”.(SARTRE, 2002, p. 22).

No pensamento sartreano a consciência aparece descrita em duas instâncias: a consciência não-posicional (pré-reflexiva) e a consciência posicional (reflexiva)[3]. O que faz com que a característica marcante da consciência seja ser posicional, devido a sua abertura ao mundo proporcionada pela intencionalidade. Este posicionamento se evidencia sempre frente ao mundo dos objetos – o mundo do Em-si. Isto pressupõe uma consciência não-posicional (pré-reflexiva) de si mesma; pois não podendo colocar-se como objeto de investigação da mesma maneira que faz diante do mundo; a consciência (reflexiva) se volta exclusivamente para os objetos existentes fora dela. Nesta perspectiva, o homem não pode pensar a si mesmo, no sentido clássico do termo – pensar é pensar o ser. Caso isto ocorra, ele depara com o vazio de seu ser. Desta maneira, o homem não pode abarcar seu ser, pelo fato da destituição do ser na consciência.

Para Sartre, em O Ser e o Nada, a constatação do ser da consciência (Para-si) não consiste numa coincidência de si[4], que corresponderia na plenitude de ser, como por exemplo, no pensamento de Descartes, cujo resultado implica na definição da consciência como algo fechado em si mesmo. Mas a consciência, no pensamento sartreano, se caracteriza como descompressão do ser, uma fissura causada pelo vazio que a habita; havendo um distanciamento de si. Assim, o filósofo francês caracteriza a consciência como aquilo “que é o que não é e é não é o que é” (SARTRE, 2002, p. 116), ou seja, nada.

Desta maneira, o cogito estruturado por Sartre não corresponde a uma concentração em volta de si mesmo, pois tal fato resultaria na instauração de uma substancialidade que constituiria a consciência como um centro de opacidade (cf. SARTRE, 2002, p. 22). Porém, para o filósofo d’O Ser e o Nada, o procedimento se realiza de maneira contrária, pois o cogito existe num contínuo transcender a si mesmo, ou seja, para a exterioridade. Este sair para fora de si que não dispensa a subjetividade, no sentido expresso no pensamento sartreano. O que consiste a marca do pensamento sartreano, sinteticamente relatado por Bornheim, na obra Sartre: Metafísica e Existencialismo: “Se o ser mesmo da consciência está em sua exterioridade, se ela se esvai em ser intencional, então a consciência se despede de tudo, ela é nada. A consciência introduz o nada no ser, e a realidade humana revela essa síntese paradoxal de ser e de nada” (BORNHEIM, 1971 p. 55).

Sartre admite que a idéia de ser-no-mundo[5] marca uma atitude de suma importância para compreensão da realidade humana, atribuindo a consciência (cogito) um papel considerável nesse procedimento. Isto resulta no fato da consciência ganhar uma dimensão existencial, que não é encontrada em Descartes. Que para este a consciência está situada na estrutura do conhecimento, tendo uma dimensão essencialista – substancialista. Assim, a definição da consciência sartreana corresponde ao fato de que o foco sobre pensamento deve ceder lugar a experiência existencial. Sartre destaca:  “Toda  existência consciente existe como consciência de existir” (SARTRE, 2002, p. 25). Esta experiência existencial possibilita a realidade humana criar um sentido existencial de seu ser-no-mundo.

Assim, a lei da existência da consciência em Sartre consiste na simples e pura consciência de ter consciência do objeto, uma consciência posicional do mundo. No entanto, caso fosse posicional de si necessitaria de uma outra consciência posicional, que por sua vez precisaria de uma outra... esta de uma outra..., assim sucessivamente num processo que levaria ao infinito – uma consciência de consciência de consciência... Para não cair numa repetição ao infinito, o autor ressalta, como caráter indispensável, a manutenção da instância da consciência não-posicional, enquanto vazia de conteúdo. O que a faz ser transcendente (intencional) e caracterizada de consciência (de)[6] consciência, a marca da subjetividade[7] sartreana. Desta maneira, toda consciência se define como consciência transcendente de um objeto. Este que, por sua vez, também se apresenta como transcendente para a consciência. Tal procedimento corresponde a prova ontológica da existência da consciência para Sartre: “A consciência é consciência de alguma coisa: significa que à transcendência é estrutura constitutiva da consciência, quer dizer, a consciência nasce tendo por objeto um ser que ela não é. Chamamos isso de prova ontológica” (SARTRE, 2002, p. 34).

Nesta perspectiva, não há consciência sem mundo (objeto) e não há mundo sem consciência. O que resulta que, no pensamento sartreano, a consciência aparece simultaneamente com o mundo. Isto porque a consciência transcende a si mesma para aquilo que ela não é – o objeto que está fora dela. A manifestação desse objeto, denominado de fenômeno, se apresenta de maneira única para consciência, não havendo, em ambos, a distinção entre  ser e aparecer. O que faz com que a consciência se reconheça como absoluta. Nas palavras de Sartre:

A consciência nada tem de substancial, é pura “aparência”, no sentido de que só existe na medida que aparece. Mas, precisamente por ser pura aparência, um vazio total (já que o mundo inteiro se encontra fora dela), por essa identidade que nela existe entre aparência e existência, a consciência pode ser considerada o absoluto. (SARTRE, 2002, p. 28)

Por esse aspecto, o filósofo francês rompe com a característica principal do substancialismo, o dualismo entre interior e exterior, essência e aparência. Isto se deve pelo fato da consciência como ser que coincide com seu aparecer, sendo um vazio, um Nada de ser, faz com que ela seja uma abertura constituidora do mundo. Este que aparece tal com ele é – um Em-si, enquanto a consciência surge como possibilidade de ser – um Para-si.

Outro aspecto que marca o pensamento sartreano consiste na caracterização da consciência como negatividade, que se realiza devido ao fato dela colocar-se em questão, encontrando no seu próprio ser o nada. Para Sartre: “O homem é o ser o qual o nada vem ao mundo” (SARTRE, 2002, p. 67). Dessa maneira, a consciência se constitui como pura negatividade, marcada por um processo de nadificação[8], que para Sartre consiste na própria interrogação de si. O que nadifica é a abertura da consciência que se posiciona frente ao mundo, pela qual ela não é, como também não é uma identidade tal como se apresenta no mundo. Assim, a consciência surge tendo como objeto um que ser que ela não é, enquanto ela mesma é nada. A negatividade corresponde justamente esta destituição de um ser pleno no interior da consciência, e, para Sartre: “(...) a consciência interrogativa que ao introduzir a negatividade no mundo, como libera o nada para que ele venha a ‘cintilar’ sobre as coisas” (SARTRE, 2002, p.66).

A partir da tese da nadificação da consciência, a parece o conceito de liberdade como o ser da consciência, ou seja, a consciência nada mais é do que liberdade. Simplesmente porque o Para-si (consciência) é um nada de ser, um vazio total, pura indeterminação e totalmente livre para criar seu ser, movendo-se pelas próprias possibilidades. Caso contrário, o Para-si não se constituísse pelo nada de ser  e fosse algo que é, um ser Em-si, um objeto fechado, opaco, denso, estaria fadado desde sempre e para sempre a um sentido, a uma essência. O que acarretaria que nesse processo a essência precederia a existência. Tal procedimento, se distancia do pensamento sartreano cuja máxima maior consiste que a existência precede a essência. Assim, o homem existe enquanto no bojo do seu ser há (o) nada, o que remete à uma liberdade: a um fazer-se ser através das escolhas criando uma essência.

É através do nada na consciência que a liberdade invade o ser humano, fazendo dela (liberdade) o ser da consciência. Isto resulta que a realidade humana seja caracterizada como consciência de liberdade. No entanto, a liberdade, para Sartre, não significa uma propriedade que pertença à essência do ser humano, nem mesmo ela se caracteriza como uma essência, mas ao contrário, a liberdade que faz com que a essência apareça. Nas palavras de Sartre a liberdade se consolida como o próprio ser homem:

A liberdade humana precede a essência do homem e torna-a possível: a essência do ser humano acha-se em suspenso na liberdade. Logo, aquilo que chamamos de liberdade não pode diferençar do ser da “realidade humana”. O homem não é primeiro para ser livre depois: não há diferença entre ser do homem e seu “ser livre”. (SARTRE, 2002, p. 68)

A emergência da liberdade é proporcionada pela dupla nadificação do ser, ou seja, o ser humano não é o mundo – um Em-si – tal qual não encontra nele uma identidade, mas sim um não ser. Sartre destaca:

A liberdade por seu próprio surgimento, determina-se em um “fazer”. Mas, como vimos, fazer pressupõe a nadificação de algo dado. Fazemos alguma de alguma coisa. Assim, a liberdade é falta de ser em relação a um ser dado, e não surgimento de um ser pleno. (SARTRE, 2002, pp. 597-598)

Assim, a liberdade para Sartre não é entendida como um simples poder indeterminado do Em-si (objeto) ou do Para-si (nada), mas é uma síntese entre ambas que pressupõe a escolha. Neste caso, para Sartre, a liberdade é  autonomia de escolha[9]. Para o filósofo francês a liberdade é radical, pois o fato de não escolher, destaca o autor, já trata-se de uma escolha: a de não escolher (cf. SARTRE, 2002, p. 592). Nota-se que, as escolhas providas da liberdade não são deliberadas, mas conscientes, ou seja, a consciência se identifica com a escolha que faz, o que torna o ser humano totalmente responsável por elas.

A liberdade como consciência (nada), revela ao ser humano a angústia. Para Sartre, o nada no ser humano torna possível tanto a experiência da liberdade de escolha como também da angústia. Ambas surgem de maneira simultânea num contexto de ausência total de conteúdo ou fundamento na consciência. Dito de outro modo, ao sentir-se como nada de ser, totalmente ancorado na liberdade de escolha, a realidade humana experimenta a angústia. Marcando a existência humana como angústia, ou melhor como consciência de angústia.

ANGÚSTIA: a vertigem da liberdade e a captação do nada

A temática da angústia desenvolvida por Sartre tem influência considerável de Kierkergaard, em que ela surge frente à liberdade. N’O Ser e o Nada, a angústia é descrita da seguinte maneira: “É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade, ou se prefere, a angústia é o modo de ser da liberdade como consciência de ser, é na angústia que a liberdade está em seu ser colocando-se a si mesmo em questão”. (SARTRE, 2002, p.72). Como também, o conceito de angústia aparece sobre uma forte influência do filósofo alemão Heidegger, enquanto captação do nada. Ou seja, trata-se da captação de si mesmo enquanto nada ser. Nas palavras de Sartre: “(...) aparece a angústia como captação de si mesmo na medida em que existe como modo perpétuo de arrancamento aquilo de que se é, ou melhor na medida que o si-mesmo se faz existir como tal” (SARTRE, 2002, p. 79). As duas descrições que aparecem no pensamento sartreano sobre a angústia não se excluem, mas corroboram para constituir a consciência de angústia. O que define o homem como a própria angústia, como algo constitutivo da sua existência.

Para Sartre, no que se refere a angústia diante da liberdade, ela aparece com o mesmo sentido retratado por Kierkergaard, ou seja, a angústia não é o medo. Isto porque o medo aparece sempre frente há algo externo, algo fora do ser humano. Já a angústia corresponde a algo diante de si mesmo, daquilo que constitui a própria realidade humana. No entanto, as relações entre a angústia e o medo podem, em certos casos, aparecerem juntas; ou quanto uma se torna presente posteriormente exclui a outra; ou ainda há momentos em que uma surge sozinha sem que haja necessidade da presença da outra. No caso em que aparecem juntas, Sartre cita o exemplo de estar diante de um precipício:

A vertigem é a angústia na medida que tenho medo, não de cair no precipício, mas de me jogar nele. Uma situação provoca medo, pois ameaça modificar de fora minha vida e meu ser, provoca angústia na medida em que desconfio de minhas reações adequadas a ela. (SARTRE, 2002, p. 73)

Nas situações em que o medo e a angústia são totalmente excludentes, o medo surge como uma apreensão irrefletida do transcendente, daquilo que está fora; já a angústia consiste numa reflexão de si. O que resulta que uma aparece sobre a destruição da outra, consolidando numa transição de uma para outra. Sartre comenta o exemplo de homem que perdeu todos seus bens na bolsa valores:

O homem acaba de receber “um rude golpe”, tendo perdido em quebra de bolsa grande parte de seus bens, pode temer a pobreza que o ameaça. Irá angustiar-se logo depois, quando, esfregando nervosamente as mãos (reação simbólica à ação que se impõe mas permanece ainda inteiramente indeterminada), exclama: “Que fazer? Mas que fazer?”  (SARTRE, 2002, p. 73).

Nos casos específicos em que a angústia aparece completamente ausente de qualquer relação como o medo, o filósofo francês destaca, n’O Ser e o Nada, a seguinte situação: “(...) ganho novo status e sou incumbido de missão delicada e lisonjeira, posso me angustiar com a idéia de que talvez não consiga cumpri-la, sem ter o mínimo medo das conseqüências de meu possível fracasso” (SARTRE, 2002, p. 73).

Para o filósofo francês a liberdade ao se revelar pela angústia, faz com que a realidade humana se apresente sempre como uma renovação contínua: “Eu que designa o ser livre” (SARTRE, 2002, p. 79). Este procedimento é marcado pelo possível – algo próprio do ser humano – porque trata-se daquilo que depende somente dele. Isto não significa que haja a existência de um Eu na consciência ou que a angústia deriva dele. Sartre comenta: “Esse eu, com seu conteúdo a priori e histórico, é a essência do homem. E a angústia, como manifestação da liberdade frente a si, significa que o homem acha-se sempre separado de sua essência por um nada” (SARTRE, 2002, p. 79).

Assim, na existência o ser humano se faz livremente como um possível, sem a exigência de um fundamento ou um conteúdo na consciência. Isto caracteriza a existência como angustiante. Sartre comenta: “Com efeito, angústia é reconhecimento de uma possibilidade como minha possibilidade, constitui-se quando a consciência se vê cortada de sua essência pelo nada ou separada do futuro por sua própria liberdade” (SARTRE, 2002, p. 80). Este nada, por um lado, deixa sem desculpas, e, por outro, faz com que haja um projetar-se como ser rumo ao futuro.

Para Sartre cada decisão está desprovida de fundamento ou de uma eficácia justificável que sustente certa decisão. Havendo apenas a liberdade das condutas frente ao futuro e ao passado, emergindo dessa liberdade a angústia.O que faz do ser humano o único responsável, tanto pela suas ações livres como pela constituição do seu ser – da sua maneira de ser no mundo. Assim, o ser humano como criador dos valores, faz com que se constitua uma ética que não está livre da angústia. Sartre comenta:

(...) o que se poderia chamar de moralidade cotidiana exclui a angústia ética. Há angústia ética quando me considero em minha relação original com os valores. Estes, com feito, são exigências que reclamam um fundamento.  Mas fundamento que não poderia ser modo algum o ser, pois todo o valor que fundamentasse sua natureza ideal sobre seu próprio ser deixaria por isso de ser valor e realizaria a heteronomia de minha vontade. (SARTRE, 2002, p. 82)

O valor para Sartre se revela pela liberdade ativa. Ele destaca, que a “(...) liberdade é o único fundamento dos valores e nada absolutamente nada justifica minha doação dessa ou daquela escala de valores (SARTRE, 2002, p. 83). Assim, a liberdade se angustia por ser fundamento sem fundamento dos valores. Estes que uma vez criados são também colocados em questão, pois há a possibilidade de inverter as escalas de valores a partir da própria possibilidade do ser humano. Este que se apresenta sozinho e na angústia, lançado rumo ao projeto de ser em que todas as barreiras são nadificadas pela consciência de liberdade. O que torna ser humano o criador dos valores, sendo que nada pode impedir de criá-los. Sartre destaca: “(...) separado do mundo e de minha essência por esse nada que sou, tenho de realizar o sentido do mundo e de minha essência: eu decido sozinho, injustificável e sem desculpas” (SARTRE, 2002, p. 84).

Para Sartre a fuga da angústia consiste na tentativa de afirmar-se numa essência a maneira de um Em-si, ou seja, um ser maciço, denso, pleno e fechado. O que seria contrário, a característica da consciência como abertura ao mundo, proporcionada pelo nada de ser. Tal ameaça pode ser caracterizada pela instauração de um Eu (Ego) na consciência, consolidando assim uma essência. Sartre destaca:

Trata-se de encarar o Eu como um pequeno Deus que me habitasse e possuísse minha liberdade como virtude metafísica. Já não seria meu ser que seria livre enquanto ser, mas meu Eu que seria no seio de minha consciência. Ficção eminentemente tranqüilizadora, pois a liberdade estaria enterrada no seio de um ser opaco: na medida em que minha essência não é translucidez e é transcendente na imanência, a liberdade se torna uma de suas propriedades. (SARTRE, 2002, p. 87)

O que significa que o Eu seria a origem dos atos, como também resultaria no fato que o ser humano seria um ser já constituído desde sempre e para sempre como uma essência dada. Todavia, este procedimento é totalmente contrário ao pensamento sartreano, que define o homem, enquanto consciência, um nada de ser.

A fuga da consciência em assumir o nada, a liberdade e angústia corresponde a uma tentativa de mascará-la com uma verdade que agrada. No entanto, Sartre destaca que da angústia (conseqüentemente do nada e da liberdade) não se pode fugir, nem suprimi-la, pois o homem se constitui como a própria angústia (nada, liberdade).

(...) fujo para ignorar, mas não posso ignorar que fujo, e a fuga da angústia não passa de um modo de tomar consciência angústia. Assim, esta não pode ser, propriamente falando, nem mascarada nem evitada. Fugir da angústia e ser angústia, todavia, não podem ser exatamente a mesma coisa: se eu sou minha angústia para dela fugir, isso pressupõe que sou capaz de me desconcentrar com relação ao que sou, posso ser angústia sob a forma de “não sê-la”, posso dispor de um poder nadificador no bojo da própria angústia. Este poder nadifica enquanto dela fujo e nadifica a si enquanto sou angústia para dela fugir. (SARTRE, 2002, p. 89)

A tentativa de fuga da angústia  denomina-se no pensamento sartreano de Má-Fé (cf. SARTRE, 2002, p.89). Ela consiste no fato de mascarar a consciência de nada, liberdade e a angústia, instaurando um ser, uma essência na qual a consciência se identifique e pela qual possa justificar seus atos ou como também atribuir a um outro a livre decisão da escolha.

Por fim, na conferência Existencialismo é um Humanismo, Sartre diz que o pensamento existencialista define o homem como a própria angústia:

O existencialista não tem pejo em declarar que o homem é angústia. Significa isso: o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a escolher, ao mesmo tempo que a si próprio, a humanidade inteira, não poderia escapar ao sentimento da sua total e profunda responsabilidade. (SARTRE, 1970, p. 221)

Isto reforça a posição de que a angústia está ligada a liberdade. O homem escolhe livremente seus atos, sendo o único capaz de realizá-los. Como também está ligado ao nada de ser, fazendo que o ser humano se projeta na sua existência rumo a possibilidade de ser. Assim, a angústia não significa, segundo Sartre, num quietismo, nem numa inércia, (cf. SARTRE, 1970, p. 224), mas numa responsabilidade diante dos seus atos e de seu ser. A angústia resulta na ação livre, que nada impede de fazê-la, não há algo que condiciona os atos do ser humano, a não ser ele próprio. Trata-se de encarar a pluralidade das possibilidades e escolher livremente suas condutas, atribuindo-as um valor. É nesta perspectiva que se define a angústia em Sartre. Ele conclui:

Esta espécie de angústia, que é a que descreve o existencialismo, veremos que se explica, além do mais por uma responsabilidade directa frente aos outros homens que ela envolve. Não é ela uma cortina que nos separa da acção, mas faz parte da própria acção. (SARTRE, 1970, p. 225)

Ao destacar no pensamento sartreano a abordagem da condição humana que tem como ponto de partida a consciência enquanto Nada de ser, simultaneamente aparece a liberdade e a angústia. Isto significa que, a realidade humana como consciência nada mais é do que a constatação da liberdade de escolha, na angústia da existir como projeto rumo às próprias possibilidades, na construção do seu ser no mundo.

POSFÁCIO: E agora, existo!

O pensamento de Sartre transita pelas obras filosóficas, pela literatura e também pelas peças teatrais, cujo propósito visa primordialmente a compreensão da existência humana. Isto faz com que o pensamento sartreano se apresente como uma ontologia antropológica existencial. Embora, esta compreensão da realidade tenha como ponto de partida a subjetividade (cogito), o pensamento sartreano se distancia das definições sobre o cogito desenvolvidas na modernidade (Descartes) e na contemporaneidade (Husserl).

Para apontar Sartre como herdeiro da tradição moderna do cogito e ao mesmo tempo sinalizar seu distanciamento, cabe destacar uma outra sentença que relate a autenticidade de seu pensamento. Frente à conclusão afirmativa do Cogito ergo sum (Penso logo sou): a indubitável prova da existência do ser pensante para Descartes, aparece em detrimento a ela a premissa exclamativa do E agora, Existo! uma constatação do próprio cogito – a consciência. Isto significa que: “Toda existência consciente existe como consciência de existir” (SARTRE, 2002, p. 25). Não há um Ego habitando no interior da consciência como se fosse uma essência dada desde sempre e para sempre. Porque o agora, consiste em estar só e sem desculpas (nada), condenado a fazer escolhas (liberdade) que criem na existência seu ser num projeto rumo as próprios fins. Enquanto a existência, o agora, caracteriza-se como angustiante.

A angústia (presente) coloca o ser humano diante de seu futuro, pela qual nada se sabe; levando consigo apenas uma certa compreensão do seu ser, como “tendo sido” (passado). Contudo, não pode fundamentar-se nele. Assim, a angústia, no agora, corresponde à constatação (presente) da consciência (nada) de ser seu próprio porvir à maneira de não sê-lo, um “ainda-não” (futuro). Um projetar-se livre que se lança num contínuo fazer-se ser.

Para Sartre, a consciência capta a angústia e a constatação de sentir-se existindo, porque o sujeito se impõe, através de suas ações, na condição existencial. A ação move o existir sem que haja uma pré-determinação para ela. Assim, a angústia do agora corresponde a uma ação livre em que nada impede de fazê-la, a não ser o próprio homem, o autor da ação.

Nesta perspectiva, a realidade humana corresponde a um ser lançado (projetado) no mundo, em que a consciência assume um papel de suma importância; não numa ordem do conhecimento, comportando uma dimensão essencial[10], tal como em Descartes. Mas em Sartre, a consciência assume uma dimensão existencialista[11], em que a experiência contida nessa dimensão possibilita criar um sentido existencial ao ser-no-mundo.

O existo! consiste na maneira consciente de existir enquanto transcendência de si rumo ao projeto de ser. Este modo de sentir-se existindo corresponde, segundo Sartre, a angústia: o existir na ausência (nada) de fundamento, sem ter algo pela qual se apóie o projetar (livre) rumo ao ser. Este lançar-se na constituição do ser se caracteriza como algo sempre inacabado, em que cada escolha se dá a partir da fragilidade das possibilidades, daquilo que pode ser sem saber se de fato será, pois, a existência se constitui de maneira injustificável, tal como a ação pela qual o sujeito atua nela. Não há um princípio necessário para ação tal como há uma finalidade necessária, caracterizando uma teleologia. O que faz da existência – o existo! – um movimento perene de transcendência.

Existir, portanto, é um verbo que se conjuga na primeira pessoa somente no modo contingente, porque o Ego não é uma propriedade originária da consciência. A ipseidade é a totalidade de si que a realidade humana busca transcendendo-se, existindo para as suas possibilidades. Esse existir para as possibilidades é a articulação temporal da relação entre a consciência e o ser. É no tempo que ocorre o projetar-se do existente. (SILVA, 2004, p. 181)

Dessa maneira – e agora, existo! – há a constatação do ser humano, no agora, como nada de ser; que existe lançado no mundo para fazer-se ser pela liberdade de escolha; assumindo a angústia como uma exclamação (!) diante das próprias possibilidades de sua existência. Aspectos estes, que se constituem como elementos intrínsecos ao ser humano, na articulação ontológica antropológica existencial de Jean-Paul Sartre.

[1] Gaston BERGER, Le Cogito chez Husserl e chez Descartes, 1940. Apud. SARTRE, 2002, p.542.

[2] Erlebnisse, experiência interna, mundo interior.

[3] Isto não significa que há duas consciências no pensamento de Sartre. Ele destaca: “Em outros termos, toda consciência posicional é ao mesmo tempo não-posicional de si” (SARTRE, 2002, p. 24).

[4] “(...) ser da consciência não coincide consigo mesmo em uma adequação plena. Essa adequação, que é a do Em-si, se expressa por uma fórmula simples: o ser é o que é”. (SARTRE, 2002, p. 122)

[5] Tal procedimento de Sartre o aproxima de certa maneira na fenomenologia heideggeriana: “É o homem no mundo, com essa união específica do homem com o mundo que Heidegger, por exemplo, chama “ser-no-mundo” (SARTRE, 2002, p.43). No entanto, o filósofo francês distancia de Heidegger, quanto este estrutura seu ser-no-mundo – Dasein – fora do ponto de partido do cogito, pois o foco principal para o filósofo alemão é outro. Sartre destaca: “Heidegger dota a realidade humana de uma compreensão de si, que define como “projeto ek-stático” de suas próprias possibilidades” (SARTRE, 2002, p.121).

[6] O uso de parênteses é uma forma de indicar que a consciência é não-posicional de si e posicional frente a um objeto que está fora dela. (cf. SARTRE 2002, p. 25). Moutinho comenta: “Sartre utiliza um artifício para referir-se a esse fato: ele fala em consciência de algo que é também consciência (de) si, colocando esse último de entre parênteses. Com isso indica que não se trata de uma consciência que põe em si mesma reflexivamente, duplicando-se si própria, mas sim daquela mesma consciência de algo que é afinal translúcida para si.” (MOUTINHO, 1995, p. 48) 

[7] “O que se pode chamar propriamente de subjetividade é consciência (de) consciência” (SARTRE, 2002, p. 34)

[8] Nadificação (néantisation) que deriva de nadificar, cuja tradução mais aproximada de néantiser, neologismo francês criado por Sartre, que significa " 'secretar ' o nada na partes do mundo estranhas à situação do sujeito, e 'esvaziá-las' e 'eliminá-las', de alguma maneira" (cf. RUSS, 1994, p.194) A nadificação, no pensamento sartreano tem dois sentidos: a realidade humana surge emergindo dela o não-ser (nada) e por ela (realidade humana) é que o mundo se acha suspenso no nada.

[9] "(...) o conceito empírico e popular de “liberdade” produto de circunstâncias históricas, políticas e morais, eqüivale a “facticidade de obter fins escolhidos”. O conceito técnico e filosófico de liberdade, o único que consideremos aqui, significa autonomia de escolha". (SARTRE. 2002,  p. 595)

[10] As filosofias essencialistas priorizam a essência, cuja forma essentia deriva do verbo esse, que significa aquilo que a coisa é, em si mesma. Isto resulta numa essência dada no interior do ser, que tem como conseqüência a constatação de uma substância fechada em si mesma, que implica numa coincidência consigo mesmo. (PENHA, 2001, pp.13-14)

[11] A existência palavra latina derivada de existencia, que tem como significado sair de uma casa, de um esconderijo. Assim a existência é sinônimo de mostrar-se, exibir-se, movimento para fora. A filosofia existencialista desenvolve um pensamento voltado para a singularidade, sem que haja algo a priori, sob o signo de uma essência velada no interior do ser humano, mas trata-se de uma contínua transcendência para a construção de seu ser. (PENHA, 2001,pp.13-14)

Referências bibliográficas

BORNHEIM, Gérard. Sartre: Metafísica e existencialismo. São Paulo: Perspectiva. 1971

MOUTINHO, L. D. Sartre: existência e liberdade.  São Paulo: Moderna, 1995.

PENHA, João. O que é existencialismo. Editora Brasiliense, 2001 (Coleção Primeiros Passos 61).

RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia. Trad. Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Scipione, 1994.

SARTRE, J. P. O Ser e o Nada: Ensaio de ontologia fenomenológica, trad. Paulo Perdigão Petrópolis: Vozes, 2002.

                          . A Transcendência do Ego.  Lisboa: Edições colibri, 1994.

                          . O Existencialismo é um Humanismo. 3ª ed. Trad. Vergílio Ferreira, Lisboa: Editorial Presença, 1970.

SILVA, Franklin Leopoldo e. Ética e literatura em Sartre: ensaios introdutórios. São Paulo: Editora Unesp, 2004 - (Coleção Biblioteca de Filosofia)

 

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Publicada em 03.12.04 - Última atualização: 05 dezembro, 2005.