VINICIUS
SUZUKI
Acadêmico em
Ciências Sociais na Universidade Estadual de Maringá (UEM) |
Sustentar
à vida
Cadê os
pilares que estavam aqui?
Questionamento
tardio,
Porém, não
tão tardio
Quanto ao
seu suicídio.
Tudo se
ruiu e
Afundou
como um navio,
Tudo se
ruiu num simples
Sopro que
se fez o assobio.
O que me
resta agora?
Um fardo
para sustentar,
Algo que
o ceifador possa alegar
Para
tentar me matar.
Nada está
Prestes a
se acabar,
Nada será
resolvido
Se eu me
afogar.
Toda esta
ruína que se tornou obstáculo,
Destruirei
e
Mostrarei
os restígios
Como
forma de aprendizado.
Malgrado
tanta advertência
No meio
de tanta sujeira,
Descubro
novos pilares,
Que
possam sustentar a miséria de minha existência!
__________________________________
Resistência
Sou uma
pequena ilha
Cercada
por um grande
Oceano de
idéias.
As ondas
dos lamentos
Quebram
em minha praia,
Não
posso fazer nada.
Apesar do
sol escaldante,
Os seres
vivos desta ilha
Continuam
a sobreviver.
E assim
como estes seres vivos,
Precisamos
nos manter vivos
Para um
dia poder fazer acontecer.
Em algum
tempo, eu poderei dizer:
Nesta
ilha há de chover!
O legado
ainda sobrevive. |
Estruturas
Aqui
não há estrutura.
As
idéias que se formam
São
jogadas e
Entram
no seu ouvido
Como
pedras de granizo.
O
que penso e sinto,
Não
pode ser resumido
Por
um olhar torto
A
algo que só serve de adorno.
Apesar
das refutações,
Continuo
a fazer
O
que tem que ser feito,
Sem
um pingo de virtuosidade,
Porém,
com toda a sensibilidade.
As
estruturas,
Eu
deixo
Para
os momentos
De
arquitetura. |
O
Beduíno
Eu
gostaria de viver assim,
De poder
dizer sim.
Mas há
algo
Que me
restringe,
Assim
como o enigma da esfinge.
Tento
subir muros
Maiores
que seus absurdos,
Para
suprimir esta dor.
Tornei-me
um escalador.
Digo sim
ou digo não,
Faço
isto ou faço aquilo?
Não sou
perito,
Sou um
simples sobrevivente,
Assim
como um beduíno.
_________________________________
Boemia
A antiga
boemia,
É que
inspira a construção
Desta
poesia.
A nossa
garrafa de levedo
Não se
compara a tuberculose
De Álvares
de Azevedo.
Porém,
Não é o
Romantismo que sustenta
O nosso
etilismo, e sim,
A
realidade,
Que nos
faz percorrer os bares da cidade.
Uma noite
fria que se torna dia,
É desta
forma que a idéia
Ganha
suas formas.
Um
cigarro e um trago,
Um copo
de melancolismo
E todos
os lamentos
São
derramados através de saudosismo.
Malandros
eruditos,
Rebeldes
depressivos,
Estes são
os elementos
Que compõe
os meus amigos.
De mesa
em mesa,
Ficaram
as seqüelas em minha cabeça.
Seqüela
ou lembrança passada?
Tanto
faz,
Eu
acordei de ressaca! |