2.1 - Incentivos para o aproveitamento de resíduos
do coco verde O elemento
de universalidade do processo de desenvolvimento econômico da cadeia
agroindustrial do coco está nas distintas capacidades de transformar as
oportunidades de aproveitamento dos resíduos em diversos complexos
produtivos, criando e consolidando segmentos de emancipação de tarefas
antes restritas. Nesse
processo de reconceituação dos resíduos como o status de subprodutos estratégicos de novas “indústrias”,
transformando constantemente ameaças ambientais em oportunidades,
existem certos incentivos econômicos que se fazem mister; aí o tem o
Estado sua importância. Não
obstante, na cadeia agroindustrial do coco verde, existem alguns
incentivos tradicionais trazidos pelo Estado brasileiro para a exploração
das fibras, que são garantidos pela Lei cinqüentenária no
594, de 24 de Dezembro de 1948, ainda em vigor. Não
se pode renegar que é preciso traduzir essas oportunidades em propostas
concretas em nível microeconômico e para tal, faz-se necessário
refletir sobre as políticas públicas necessárias a incentivar o
crescimento responsável ambientalmente e socialmente, em especial com a
criação de pequenas empresas especializadas em identificar nichos e
oportunidades potenciais dos resíduos de coco verde. Ademais,
em um mundo globalizado, as parcerias comerciais se fazem cada vez mais
necessárias, de forma que a fibra de coco, tratando-se de uma commodity
internacional e a base de diversos novos eco-produtos pode unir o país
com diversos outros países para se realizar bons negócios de comércio
e transferência tecnológica[2]. Como os gargalos tecnológicos são pontos de estrangulamento de natureza técnica na cadeia agroindustrial do coco verde, o que impede o seu desenvolvimento através da utilização de resíduos, a criação de um ambiente de comunicação entre os agentes envolvidos, para o conhecimento e a identificação de problemas tecnológicos específicos e a motivação desses atores para resolver esses problemas e aproveitar as oportunidades identificadas é função essencial do Estado, através da utilização de uma política agroindustrial para esse segmento, com a integração da iniciativa privada, agências de pesquisas, universidades e até mesmo, parcerias internacionais como no caso indiano[3].
3 - Aproveitamento do coco
verde: Transformando a ameaça dos resíduos em alternativas eco-eficientes No
Brasil, aproximadamente 85% da produção nacional de cocos são
comercializados como seco: a metade é para uso culinário e o restante
é industrializado, obtendo-se uma série de produtos como leite, sabão,
óleo etc. Cerca de 15% da produção é consumida ainda verde para
extração de água que também é industrializada. Entretanto,
nos últimos anos, principalmente a partir da década de 90, com a
conscientização da população para os benefícios dos alimentos
naturais, verificou-se um grande crescimento da exploração do coqueiro
anão, visando a produção do fruto verde, para o consumo de água, que
é um produto natural de excelentes qualidades nutritivas. O
mercado de água de coco verde tem crescido mundialmente nos últimos
anos devido a valorização de alimentos saudáveis e naturais. Segundo
o Sindicato dos Produtores de Coco Verde, em 1998, cerca de 1,4% do
mercado de refrigerantes e bebidas era relativo ao consumo de água de
coco verde[4]. Portanto,
os rejeitos do coco verde geram volumes significativos e crescentes de
material, que atualmente é enterrado em lixões, causando problemas,
especialmente em grandes centros urbanos (Rosa,
1998). Porém,
nos dias atuais, toda a experiência histórica internacional da utilização
da fibra de coco, pode ainda nos dar bons exemplos de mercadorias
eco-eficientes para a produção segundo as tecnologias hodiernamente
existentes, haja vista que a geração de conhecimentos para
aprimorar-se o aproveitamento dos resíduos do coco verde representa
outra diretriz básica para o sucesso da empreitada de obter-se o máximo
benefício dessa dada matéria-prima bruta. Nos próximos itens serão
discutidas as possibilidades de aproveitamento do coco verde em sua
cadeia agroindustrial através de diversos tipos de tecnologias já
disponíveis. 3.1 - Utilização do
coco verde na produção de mantas e telas para proteção do solo A
fibra do coco verde ou maduro pode ser empregada na área agrícola como
matéria-prima para a proteção de solos, no controle da erosão e na
recuperação de áreas degradadas. A
fibra, tecida em forma de manta é um excelente material para ser usado
em superfícies sujeitas à erosão provocada pela ação de chuvas ou
ventos, como em taludes nas margens de rodovias e ferrovias, em áreas
de reflorestamento, em parques urbanos e em qualquer área de declive
acentuado ou de ressecamento rápido (Aragão,
2002). As
mantas e telas utilizadas na bem sucedida recuperação de áreas
degradadas têm lenta decomposição, protegem o solo diminuindo a
evaporação aumentando a retenção de umidade, protegendo e aumentando
a atividade microbiana do solo e, conseqüentemente, criando as condições
favoráveis ao desenvolvimento vegetal. O sistema
de telas e mantas biodegradáveis tem a vantagem de proporcionar a rápida
recuperação do solo e a um baixo custo, se comparado com outros
sistemas. Tem ainda a vantagem de ser incorporado ao terreno com o
passar do tempo, diminuindo o impacto gerado sobre o meio ambiente.
Pode-se salientar também os ganhos estéticos para a paisagem logo após
a instalação dos mesmos. As
mantas podem também trazer as sementes de gramíneas incorporadas às
fibras, as quais germinarão tão logo sejam fixadas no solo e regadas
regularmente. Existem ainda redes orgânicas tecidas com fibra de coco
verde, em cujas malhas é feito o plantio da espécie vegetal desejada. 3.2 – Utilização da fibra
de coco verde na biotecnologia e agricultura O
resíduo da fibra de coco verde como substrato de cultivo tem sido
utilizado com êxito. As razões de sua utilização são suas
extraordinárias propriedades físicas[5],
sua facilidade de manejo e sua característica ecológica. A
fibra de coco é uma matéria-prima para elaborar substratos que se
destaca por elevada estabilidade e capacidade de retenção de água,
assim como uma boa aeração. Concretamente
para a técnica hidropônica é comprovado que a fibra de coco verde tem
necessidades nutritivas inferiores aos tecidos minerais que normalmente
se empregam para este tipo de cultivo. A
fibra de coco utilizada como componente de substratos a base de turfa
proporciona uma alta capacidade de retenção de água, uma elevada aeração
do sistema radicular, assim como uma grande estabilidade dos valores de
pH e condutividade elétrica do meio[6].
A
utilização da fibra de coco verde como substrato para o crescimento de
plantas tem sido pesquisada e os resultados mostram que as plantas que
crescem em substratos contendo fibra de coco apresentam altas produções
e qualidade em relação a outros substratos como areia, ou xaxim,
portanto tratando-se de um produto ecológico. A
transformação da casca do coco verde em pó é também uma alternativa
ecologicamente correta e adequada a um substrato agrícola. O pó do
coco usado pela agricultura no mercado internacional chega a custar US$
250 a tonelada. 3.3 – Utilização da fibra
de coco na produção de papel O
consumo de papel derivado da indústria madereira é uma das causas de
deflorestamento no mundo, o que ilustra a preocupação de encontrar
alternativas não-madeireiras, tal qual o retorno de resíduos agrícolas
como fonte primária para a fabricação de papel. Estima-se
que os países em desenvolvimento têm um papel fundamental neste
processo, pois neles se encontram disponíveis uma cifra de 2.500 milhões
de toneladas de resíduos da produção agrícola e agroindustrial. Diante
dessa preocupação, a utilização da casca do coco verde pode
representar uma considerável porcentagem de matéria-prima para a indústria
de papel e celulose, haja vista que dentro dos padrões industriais, se
considera que um material vegetal é apto para a produção de papel
quando apresenta uma porcentagem de 33% de celulose, componente básico
na elaboração deste produto. Conforme
pesquisa desenvolvida pelo engenheiro Fred Albán, do Departamento de
Materiais da Universidad del Valle,
da Colômbia e os estudantes Hector Caviedes e Walter Rojas do Curso de
Engenharia Química da mesma instituição, a celulose presente na casca
do coco verde é ao redor de 35% (Vidal,
s.d.). A
fibra principal, da qual se extrai a polpa, chama-se comumente cuauá,
ou Ananas erectifolius e ela
é muito curta, o que impossibilita a sua utilização como matéria-prima
única para a produção de papel. Ela deve ser mesclada com outro tipo
de polpa que possua fibras cumpridas, que são as que dão a resistência
e flexibilidade do papel. Dessa maneira, associada com outros materiais,
obtém-se uma ampla gama de papéis, com diferentes cores, texturas,
espessuras e aparências. Utilizando-se
como fonte de fibra celulósica a casca de coco verde, a mescla de polpa
permite a utilização de menor quantidade de polpas extraídas de
madeiras como pinheiros e eucaliptos, reduzindo assim o tempo de corte
das árvores e por conseguinte, ampliando a quantidade de papel
produzido ou diminuindo a área de plantio. Não
obstante, existem limitações quanto ao planejamento e a gestão logística,
uma vez que devem ser trabalhados conforme as diferentes regiões a
serem adotados os projetos de integração entre a indústria de papel e
celulose e a cadeia agroindustrial do coco verde[7].
Dessa maneira, fatores como a dispersão dos resíduos, coleta e
transporte causam impactos que devem ser minimizados ou racionalizados. Indubitavelmente,
a prospecção tecnológica na indústria de papel e celulose pode
produzir excelentes resultados à curto e médio prazos, quando
utilizado o aproveitamento da casca do coco verde, que atualmente causa
graves problemas ambientais. 3.4 - Utilização da fibra de
coco verde na engenharia de alimentos & zootecnia 3.4.1
- Utilização da fibra de coco no enriquecimento de alimentos para a
alimentação humana Como o desenvolvimento tecnológico
mundial avança cada vez mais no caminho dos processos biotecnológicos,
devido à irreversível tendência de prevalência das políticas
ambientais, a substituição de processos químicos convencionais por
processos enzimáticos torna o desenvolvimento e o aprimoramento desta
tecnologia de suma importância. O
aumento das técnicas de imobilização de enzimas em substratos
permitiu que os processos obtidos por esta técnica alcançassem preços
mais competitivos[8].
Uma
das alternativas para a casca de coco verde poderia ser o seu
aproveitamento em processos fermentativos[9],
com a produção de enzimas. Como a maioria dos rejeitos
agroindustriais, estes materiais contêm grande quantidade de compostos
como celulose, hemicelulose, pectina e outros, não havendo necessidade
de grandes complementações nutricionais para o adequado
desenvolvimento microbiano. Estes compostos funcionam como indutores
para a produção de enzimas extracelulares, tais como celulases,
xilanases, pectinases e outras (Coelho
et alii., 2001). No campo da
comercialização de enzimas, o Brasil é ainda, basicamente consumidor
de produtos importados, o que insere o potencial do coco verde, como uma
arma estratégica para o aproveitamento de suas fibras e como alavanca
para o desenvolvimento de uma indústria de enzimas nacional. Portanto, investir no aproveitamento
da casca de coco verde para a produção de enzimas significa se inserir
em um mercado de tecnologia enzimática que movimenta, anualmente, cerca
de 2 bilhões de dólares. Tal montante justifica-se pelo interesse
gerado por processos que envolvem tecnologia de baixo custo energético,
com menor impacto ambiental e que utiliza matérias-primas renováveis,
adequando-se ao reaproveitamento de sub-produtos da agroindústria. 3.4.2
- Utilização da fibra de coco verde em complementação alimentar
animal A América Latina produz mais de 500
milhões de toneladas de subprodutos e resíduos agroindustriais. O
Brasil produz mais desta metade. Embora esses materiais[10]
volumosos sejam pobres em nutrientes, eles podem suprir em parte as
necessidades energéticas dos animais, se previamente tratados e
melhorados para este fim. O Brasil como país tropical,
apresenta excelentes condições para a exploração de ruminantes em
pastagens, porém em determinados períodos do ano, a dificuldade de
adquirir alimentos volumosos em regiões áridas e semi áridas, em épocas
secas, torna-se uma árdua e difícil tarefa para muitos produtores
rurais. Neste contexto, aparecem os resíduos e os subprodutos agropecuários,
como as palhas, o bagaço de cana-de-açúcar e a fibra do coco verde.
que podem oferecer excelente opção como alimentação alternativa para
os ruminantes, já que sendo animais poligástricos, possuem um aparelho
digestivo especial, capaz de converter resíduos e subprodutos agropecuários
sem utilidade alguma na alimentação humana, em carne, leite, lã, etc. Segundo
pesquisas, em nível mundial o coco é mais conhecido por suas
propriedades oleaginosas. Depois de extraído o óleo da polpa, ou copra,
o resíduo, também chamado de torta, é empregado na alimentação de
animais, por ser uma ração rica, com 20 por cento de proteína. (Simões,
2002). Porém,
existe um alerta sobre a utilização dos cocos verdes, esses alimentos
podem apresentar uma baixa digestibilidade, possuem freqüentemente
pouca palatabilidade, razão pela qual sua ingestão voluntária é
limitada. Isto dificulta o atendimento das necessidades dos animais que
as consomem, quando administradas como fonte única de nutrientes.
Materiais lignocelulósicos, mesmo o coco sendo verde, quando são
administrados na alimentação animal, sem um prévio tratamento,
proporcionam insuficientes quantidades de minerais, energia e proteínas
para manter sequer o peso corporal dos animais. Existem
algumas maneiras práticas de melhorar o aproveitamento da fibra do coco
verde na alimentação animal. O tratamento químico é uma delas. A técnica
é de fácil manuseio, relativamente barata e bastante acessível aos
produtores. Ao longo desses anos, diversas
entidades governamentais e não governamentais, quer seja por iniciativa
própria, ou mesmo recomendados por organizações como a ONU buscam
incansavelmente soluções sistemáticas quanto ao aproveitamento desses
subprodutos e resíduos na alimentação animal. Na verdade, esses
materiais, quando adequadamente tratados e tecnicamente orientados na
alimentação animal podem representar um enorme benefício à população
mundial. 3.5 - Utilização da fibra de
coco na engenharia civil e de materiais 3.5.1
- Utilização da fibra de coco em
matrizes poliméricas Compósitos
reforçados com fibras naturais podem ser uma alternativa viável em
relação aqueles que usam fibras sintéticas como as fibras de vidro.
As fibras naturais podem conferir propriedades interessantes em
materiais poliméricos, como boa rigidez dielétrica, melhor resistência
ao impacto e características de isolamento térmico e acústico[11].
Na indústria
de embalagens existem projetos para a utilização da fibra de coco como
carga para o PET, podendo gerar materiais plásticos com propriedades
adequadas para aplicações práticas e resultando em contribuição
para a resolução de problemas ambientais, ou seja, reduzindo o tempo
de decomposição do plástico. A indústria
da borracha é receptora também de grande número de projetos
envolvendo produtos ecológicos diversos, desde a utilização da fibra
do coco maduro e verde na confecção de solados de calçados, até
encostos e bancos de carros[12],
estofamentos e colchões. Dessa forma
é possível diminuir o preço do produto final, à medida que se
aumenta a quantidade de utilização do resíduo do coco verde. A
fibra de coco verde tem sido muito estudada para a utilização na
composição de novos materiais (biocompostos) com polímeros tais como
polietileno, poliéster, polipropileno. Neste caso, a utilização da
fibra de coco para a obtenção de biocompostos é importante por ser um
processo barato, natural e renovável. A maioria destes biocompostos
apresenta um aumento de biodegradação. A fibra de coco verde age como
um componente reforçador da matriz dos polímeros. Assim, altera as
propriedades mecânicas destes compostos tais como resistência em relação
à tensão, tração e elongação na ruptura. A
fibra de coco verde, em especial, necessita sofrer um processo de
modificação química superficial, de forma a proporcionar maior
compatibilidade com os polímeros empregados. Esses processos dependem
do tipo de polímero que vai compor o biopolímero e as características
finais desejadas do produto. Os exemplos de processos disponíveis para
o tratamento superficial da fibra de coco são: tratamento com base, ácidos,
acetilação, cianoetilação e inserções de vinil. As
modificações superficiais da fibra de coco otimizam a adesão da fibra
à matriz de polímero. Os biopolímeros[13]
compostos com fibras tratadas tanto por base quanto por ácido,
apresentam uma maior facilidade de biodegradação. Portanto,
a produção de diversos artefatos derivados da fibra do coco verde para
a indústria é tecnicamente viável, uma vez os produtos obtidos com a
adição da fibra de coco maduro ou verde têm propriedades semelhantes
aos compostos originais, ou até mesmo melhores. 3.5.2
- Utilização da fibra de coco na construção civil Com
o surgimento dos eco-materiais
para revestimentos, pinturas, e tubulações entre outros, o processo de
reciclagem aplicado à construção teve um progresso considerável. A incorporação de fibras em
materiais pouco resistentes à tração – materiais frágeis – tem
sido usada há milênios. No antigo testamento existe a referência
sobre a impossibilidade de se fazer tijolos sem palha. Ademais,
a crise energética mundial das últimas 2 décadas tem motivado o
desenvolvimento de pesquisas sobre o fibro-cimento ou fibro-concreto
devido ao fato de a fabricação de cimento exigir menor demanda de
energia comparada com a necessária à fabricação do aço ou dos plásticos. Assim,
no Brasil, a utilização da fibra de coco verde na construção civil
pode criar possibilidades no avanço da questão habitacional, através
da redução do uso e do custo de materiais, envolvendo a definição de
matrizes que inter-relacionam aspectos políticos e sócio-econômicos. A
fibra de coco verde tem um excelente potencial para uso na construção
civil através de pranchas pré-moldadas, por suas características de
resistência e durabilidade, ou na utilização do fibro-cimento. No caso da
construção civil, a fibra de coco verde deve ser usada com cimento
especial, de baixo teor de alcalinidade. A alcalinidade do cimento
normal destrói as fibras, fazendo com que a parede apresente rachaduras
e fraca resistência. Em
testes feitos pelo IPT, pranchas pré-moldadas de 2,6 metros de
comprimento por 40 centímetros de largura e peso de 100 quilos
apresentaram excelente resultado em termos de resistência ao impacto.
Para produzir as pranchas, é necessário recorrer a uma prensa. É
possível utilizar a fibra de coco verde, depois de seca e desfiada em
um sistema parecido com o duratex,
no qual a fibra é misturada a uma resina e depois prensada. Portanto, vários
fatores justificam o desenvolvimento de pesquisas[14]
quanto a aplicação das fibras do coco verde no fibro-cimento e no
concreto-fibra, pois além de viabilizar soluções econômicas para
problemas de cobertura, equipamentos sanitários, placas e painéis,
introduzindo novas alternativas no mercado de construção, o
aproveitamento das fibras traria grande incentivo ao reaproveitamento do
resíduo da cadeia comercial e agroindustrial do coco verde. 4 - À Guisa de últimas
considerações Neste
trabalho foram explicitadas as variadas formas de aplicação cada vez
mais amplas do resíduo do coco verde, que até recentemente iam para o
lixo; alertando para as suas características necessariamente
multidimensionais do pós-colheita. Os resíduos são a expressão visível
e mais palpável dos riscos ambientais. Segundo uma definição proposta
pela Organização Mundial de Saúde, um resíduo é algo que seu
proprietário não mais deseja, em um dado momento e em determinado
local, e que não tem um valor de mercado (Valle,
1995). Desperdícios ou subprodutos, antes
considerados desinteressantes para serem reaproveitados, são agora
tidos como fontes valiosas para reprocessamento e outras utilizações. Como
a economia brasileira se caracteriza pelo elevado nível de desperdício
de recursos naturais e energéticos, a redução desses desperdícios
constitui verdadeira reserva de desenvolvimento e fonte de bons negócios
para empresas decididas a enfrentar essa oportunidade, dado o extraordinário
potencial de recursos subutilizados da produção do coco verde. Segundo
Andrade (1998), no mundo
dos negócios, o lucro é o fim último de todo o empreendimento, e
depende de como é traçado o caminho que conduz a esse fim, que é o da
eco-eficiência. Assim,
a eco-eficiência consiste num
instrumento de desenvolvimento sustentável, ou seja, uma política
duplo ganhadora (win-win):
ganha a cadeia agroindustrial do coco verde e a sociedade, onde se
procura produzir mais e melhor, associado à elevação contínua dos
predicados do produto, utilizando-se menos insumos, provocando menos
poluição, redução do desperdício e contabilizando-se os menores
custos possíveis. Embora o objetivo seja econômico,
desdobra-se em variações, onde o sentido social surge com força de
expressão própria, em diversos planos de tempo, estendendo-se até um
horizonte, no prazo mais longo, em que estará contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida da sociedade/comunidade, com redução
progressiva do uso de recursos, e redução proporcional dos impactos
ambientais. Quando se fala em meio ambiente, no
entanto, o empresário imediatamente pensa em custo adicional. Dessa
maneira passam desapercebidas oportunidades de negócios ou redução de
custos. Sendo os resíduos do coco verde um potencial de recursos
ociosos ou mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios
rurais pode resultar em atividades que proporcionem lucro através da
criação de novos produtos com valor agregado. [1]
As principias características técnicas da fibra da casca de coco
verde que lhe garante vantagens para a utilização industrial são
as seguintes: inodora; resistente à umidade; amplia a difusão; não
é atacada por roedores; não apodrece; não produz fungos;
condutividade térmica: 0,043 a 0,045 W/mk; e comportamento ao fogo:
classe B2. Embora a alta umidade (85%) e as características da
fibra do coco imaturo reduzam o seu aproveitamento, não descartam a
sua utilização e nem inviabilizam economicamente, mesmo tendo o
material que ser tratado por diversos processos industriais (VIDAL,
s.d.). [2]
Assim, fibra de coco, um produto considerado praticamente sem
utilidade no Brasil, pode se tornar um importante artigo na parceria
comercial entre Índia e Brasil, pois durante visita ao Brasil, em
Julho de 2002, o secretário de Estado de Agronegócios da Índia,
Ashok Pradhan, iniciou contatos para que futuramente seja
concretizado um acordo de transferência da tecnologia indiana na
produção de artigos à base dessa matéria-prima. Os produtos são
biodegradáveis e servem para tanto para a confecção de utensílios
domésticos quanto para a fabricação de artefatos; para a construção
civil há casas de fibra de coco na Índia[2].
De acordo com o secretário: “A nossa estratégia é,
primeiramente, criar um mercado para o consumo desses produtos. Numa
segunda fase, poderão ser criadas joint
ventures de agroindústrias indo-brasileiras para o
beneficiamento e manufatura da fibra de coco", afirmou Pradhan”
(Folha
Online, 2002). [3]
Atualmente, a Índia é líder mundial na comercialização desses
produtos, com 1,02 bilhão de toneladas de fibra produzidas por ano.
O país fatura US$ 70 milhões com exportação. No Brasil, a produção
é ainda incipiente, com cerca de 40 milhões de toneladas de fibra
produzidas anualmente (Folha
Online, 2002). [4]
A informação relativa à produção de água-de-coco envasada no
Brasil não se encontra disponível nos órgãos governamentais.
Entretanto, existe uma estimativa de que, em 2001, a área total
plantada com coco verde no Brasil era de 57 mil hectares, gerando
uma quantidade média de 9348 x 105 L de água-de-coco no
ano. Dessa produção, cerca de 90% é utilizada no consumo “in
natura” e 10% no processamento de água-de-coco envasada (9348 x
104 L ao ano), devendo a produção de água envasada
ampliar-se em virtude do incremento da demanda mundial por água de
coco verde (ROSA, 1998). [5]
O pH da fibra de coco é 5, o que lhe confere uma alta capacidade de
intercâmbio catiônico, ocasionando um alto poder tampão em áreas
irrigadas de cultivo. Não obstante, a fibra do coco verde possui
uma textura micro-alveolar e uma porosidade próxima a 96%, comparável
à “lã de rocha”, também utilizada para cultivo hidropônico
(ROSA, 1998). [6]
A fibra de coco retém as soluções nutritivas por capilaridade e
em conseqüência são facilmente assimiladas pelas plantas; ao
mesmo tempo, por sua estrutura tem uma elevada aeração, característica
que favorece o desenvolvimento radicular. A fibra de coco é um
material muito rico em carbono, o que o garante uma grande resistência
à degradação, assim como uma grande estabilidade (ARACHCHI
e SOMASIRI, 1997).
[7]
Qualquer que seja a alternativa proposta, não há saída
individual, portanto não bastam sinais de mercado nem o
voluntarismo de ações isoladas. A visão de cadeia agroindustrial
do coco obriga que se avalie esse fato na ótica logística, ou
seja, em outras palavras, cabe estabelecer mecanismos que garantam a
eficiência econômica. [8]
O custo de produtos obtidos pela ação de enzimas está relacionado
à produção da enzima, processo de imobilização, manutenção
das condições de temperatura, concentração de nutrientes e possível
reutilização do sistema de enzimas imobilizadas. O sistema de
imobilização de enzimas em suportes constituídos por fibras de
coco, permite a reutilização por várias vezes e esta reutilização
pode ser controlada pela atividade da enzima. [9]
A fibra de coco utilizada na alimentação humana é obtida através
do processo de trituração do albúmen sólido do coco, extração
da água e gordura por prensagem, que pode ser utilizado para a
produção do leite de coco, e posterior secagem. A principal
utilização está relacionada à substituição de até 7,5% (p/p)
da farinha de trigo na indústria de panificação. A utilização
da fibra de coco em pães promove alta capacidade de absorção de
umidade, apresentando um alto teor de umidade. A adição da fibra não
modifica o processo de envelhecimento dos pães. Por ser uma fibra
alimentar, também atua acelerando o trânsito intestinal promovendo
benefícios ao organismo. Além disso, apresenta capacidade de
adsorver água e outros componentes tais como gorduras, glicose,
minerais. Em estudos nutricionais, observou-se que a ingestão de 5
a 25% de fibra dietética do albúmen sólido de coco promoveu a
diminuição da concentração do colesterol total (LDL + VLDL) do
soro e um aumento da concentração de HDL (Coelho
et alii., 2001). [10]
Estes materiais são geralmente abundantes em fibra e ricos em
lignina, entretanto o potencial de celulose que existe nestes
subprodutos e resíduos e que podem servir como fonte de energia
para os animais ruminantes é um fato conhecido há mais de um século. [11]
A fibra de coco (Corkoco), aliada ao aglomerado de cortiça
expandido é um produto de topo de gama, particularmente no caso do
isolamento acústico, devido à absorção das baixas freqüências,
onde apresenta excelentes resultados dificilmente alcançados por
outros materiais. O bom comportamento da cortiça em termos de
estabilidade dimensional e elasticidade faz com que o Corkoco seja a
melhor solução técnica e natural para a resolução de problemas
de isolamento acústico e térmico. Utilizada há várias décadas
como um produto isolante em diversas situações, a fibra de coco
tem hoje uma diversidade de aplicações, pelas características que
apresenta. Devido às suas excepcionais performances
acústicas, a fibra de coco verde e maduro contribui para uma redução
substancial dos níveis sonoros, quer de impacto, quer aéreos,
sendo a solução ideal para muitos dos problemas na área acústica,
superando largamente os resultados obtidos com a utilização de
outros materiais. A resistência, durabilidade e resiliência,
convertem a fibra de coco em um material versátil e perfeitamente
indicado para os mercados de isolamento, térmico e acústico.
Atualmente, a fibra de coco, devido às novas tecnologias, satisfaz
os padrões técnicos exigidos pelo mercado, sendo utilizada como
isolamento térmico e acústico, onde apresenta uma elevada eficácia.
A utilização desta matéria-prima natural e renovável, existente
no mundo em grandes quantidades, traz inúmeras vantagens, face ao
aproveitamento de um material que se viria a perder, e que é
transformado sem prejuízo do ambiente, colocando a fibra de coco na
gama de produtos ecológicos (Rego
et alii, 1999). [12]
A indústria automobilística sempre usou a fibra de coco na forração
de bancos. Recentemente, a fibra vem substituindo a espuma injetada
usada no estofamento, apresentando vantagens como não deformar e não
esquentar, sendo excelente isolante térmico. Tecnicamente, a fibra
do coco maduro é melhor do que a espuma derivada do petróleo, pois
a espuma condensa o vapor do corpo, enquanto o produto feito de coco
e látex permite a aeração, evitando assim, o incômodo do suor,
uma vez que num país tropical, os produtos com essa fibra oferecem
mais conforto. Não obstante, a utilização do coco verde também
se mostra economicamente viável na fabricação de produtos de látex
com fibras, embora as fibras do coco verde tenham que passar por
muitos outros processos, inclusive químicos, encarecendo o produto,
ele ao final tem um tempo de biodegração muito menor que as fibras
do coco maduro, o que garante uma maior rotação de venda no
mercado (Rocha
e Gheler
Jr., 2000). [13]
Os biopolímeros compostos por fibra de coco verde acetilada e poliéster
exibem alta capacidade de suportar tensão e resistência ao
impacto. Já os contendo polipropileno como polímero e lignina como
compatibilizador, mostram alta capacidade de flexão. No entanto,
sem a presença de lignina, o biopolímero apresenta uma diminuição
da resistência à tensão, à flexão, ao impacto e à elongação
na ruptura. Este fato pode ser atribuído ao processo de
incompatibilidade entre as fibras de coco e a matriz de
polipropileno e a irregularidade do tamanho da fibra (Dias,
2002).
[14]
O teor das fibras brutas do coco verde despertou o interesse para o
desenvolvimento de algumas experiências na formação de ligas com
vários polímeros e materiais na construção civil como blocos de
concreto, com o objetivo de aumentar a sua resistência, ao mesmo
tempo que, contribuiria para torná-lo mais barato. Um exemplo desta
situação é o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Informações
Tecnológicas (NIT) da Universidade Federal de São Carlos (UFScar),
que produziu uma placa de plástico tendo como carga resíduos de
madeiras e fibras vegetais do coco verde.
| |
|
Referência
bibliográfica ABAD,
M.; NOGUEIRA, P.; PETIT, F.; NOGUEIRA, V.; PUCHADES, R. & MAQUIERA, A.
“La fibra de coco, um nuevo sustrato hortícola para el cultivo sin
suelo”. Anais do 6o
Congresso de la Sociedade Espanõla de Ciências Hortículas.
Barcelona, 1995. ANDRADE,
C. F. “Pensar Socialmente é Bom e dá Lucro”. Qualidade na Construção, ano 1 no 6. São Paulo:
SINDUSCON SP, 1998. ARACHCHI,
L. P. V.; SOMASIRI, L. L. W. “Use of coir dust on the productivity of
coconut on sandy soils”. Cocos,
vol. 12, 1997. ARAGÃO,
W. M. Coco: Pós-Colheita. Série
Frutas do Brasil. Brasília: Embrapa, 2002. ASSIS,
J. S.; RESENDE, J. M.; SILVA, F. O.; SANTOS, C. R. & NUNES, F. Técnicas
para colheita e pós-colheita do coco verde.Petrolina: Embrapa, 2000. BARKER,
S. G. “The manufacture of coconut fiber”. Tropical
Agriculture,
no 4, vol. 10, 1933. BLISKA,
F. M. M.; LEITE, R. S. S. F. & SAVITCI, L. A. “O coco no Brasil:
aspectos econômicos de mercado. Coletânea
do Ital, no 1, vol. 25. Campinas, 1995. BONDAR,
G. “A cultura do coqueiro no Brasil”. Boletim
da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio do Estado da Bahia,
no 50, vol. 14. Salvador,
1954. CHILD,
R. Coconuts. London: Longman,
1964. COELHO,
M. A. Z. Purificação da poligalacturonase
produzida por Aspergillus niger 3T5B8.
Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: EQ/UFRJ, 1993. _________.;
LEITE, S. G. F.; ROSA, M. F. & FURTADO A. A. L.
“Aproveitamento de resíduos agroindustriais: produção de
enzimas a partir da casca de coco verde”. Boletim
CEPPA, no 1, vol. 19. Curitiba, 2001. CUNHA,
R. T. Aplicação de enzimas em
processos industriais têxteis. Monografia de Pós-Graduação. Rio de
Janeiro: EQ/UFRJ, 1999. DIAS,
M. L. Propriedades térmicas e mecânicas
de materiais reciclados à base de pet e fibra de coco. Projeto de
Pesquisa. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002. FAO,
Research and development programme
on coconuts and their products. Roma:
FAO, 1991. FARIA,
L. J. G. & COSTA, C. M. L. Tópicos
Especiais em Tecnologia de Produtos Naturais. Poema, no 7.
.Belém: UFPA, 1998. FERREIRA,
J. M. S.; WARWICK, D. R. N. & SIQUEIRA, L. A. A cultura do coqueiro no Brasil. Brasília: Embrapa, 1997. FOLHA
ONLINE. Fibra de Coco poderá unir
Índia e Brasil. São Paulo, 28/5/2002. Disponível em www.folha.com.br FRÉMOND,
Y.; ZILLER, R. & LAMOTHE, M. N. El
cocotero: técnicas agrícolas y producciones tropicales. Barcelona:
Editora Blume, 1975. GEORGE,
J. & JOSHI, H.C. “Complete utilization of coconut husk”. Indian
Pulp and Paper, no 8, vol. 15. India,
1961. GUEDES,
L. O. & VILLELA, P. S. O
mercado do coco. Belo Horizonte: INFOAGRO/FAEMG, 2000. JARMAN,
C. G. & JAYASUNDERA, D. S. The
extraction and processing of coconut fibre. London:
TPI, 1975. LANDES,
D. S. A riqueza e a pobreza das nações.
Rio de Janeiro: Editora Campus, 1998. LAYRARGUES.
P.P. A cortina de fumaça: o
discurso empresarial verde e ideologia da racionalidade econômica. São
Paulo: Annablume, 1998. LEIS,
H. R. & D’AMATO, J. L. “O Ambientalismo como movimento vital: análise
de suas dimensões histórica, ética e vivencial”. In:
CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e
natureza: estudo para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez,
1995. MAIMON,
D. Passaporte Verde: gerência
ambiental e competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996. MANAS,
A. E. “Tannin extraction of Philippine tannin-bearing materials: Coconut
coir dust”. The Philippine Lumberman, no 3, vol. 20, 1974. MEEROW,
A. W. “Growth of two subtropical ornamentals using coir (Coconut
Mesocarp Pith) as a peat substitute. HortScience,
no 12, vol. 29, 1994. MELLO,
C. P. “O mercado de coco verde”. Bahia
Agrícola, no 1, vol. 2, 1997. MIRANDA-STALDER,
S. H. G. & BURNQUIST, H. L. “A importância dos subprodutos da
cana-de-açúcar no desempenho do setor agroindustrial”. Revista de Economia e Sociologia Rural, no 3/4, vol. 34. Brasília,
1996. MITSCHEIN,
T. A. & MIRANDA, P. S. Poema: A
Proposal of Sustainable Development in Amazônia. Poema,
no 4. .Belém: UFPA, 1996. MURRAY,
N. P. Caracterización
y evaluación agronómica del residuo de fibra de coco: un nuevo material
para el cultivo en sustrato.
Tesis del Doctorales. Valencia: Universidad Politécnica de Valencia,
2001. NORDISK
S/A. Biotimes, s. i., 1996. OHLER,
J. G. El cocotero: árbol de la vida. Roma:
FAO, 1986. PERSLEY,
G. J. Replating the tree of life:
towards an international agenda for coconut palm research. Wallinggard:
CAB/ACCAR, 1992. POEMA
- Programa
Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia. “Pobreza
e Meio Ambiente no Trópico Úmido”.
Acesso em: 12 março, 2000. RÊGO
FILHO, L. M. et aii. A
cultura do coco verde – perspectivas, tecnologias e viabilidade.
Niterói: Pesagro, 1999. ROCHA,
E. C. & GHELER Jr., J. “Aproveitamento de resíduos gerados na
aglomeração de fibra de coco com látex natural”. Matéria
Técnica SENAI. Rio de Janeiro, 2000. ROSA,
M. F. Alternativas para o uso da
casca de coco verde. Rio de Janeiro: Embrapa, 1998. SAABOR,
A.; LOPES, S. H. L.; CUNHA, M. M. & FERNANDES, C. Coco-verde. Brasília:
MI/SIH/DPE, 2000. SATYANARAYANA,
K. G.; RAVIKUMAR, K. K.; SUKUMARAN, K. & PILLAI, S. G. K.
“Evaluation of strength properties of coir fibres obtained from
different sources”. Indian
Coconut Journal, no 9, vol. 19, 1989. SAVASTANO
Jr., H. Materiais à base de
cimento reforçados com fibra vegetal: Reciclagem de resíduos para a
construção de baixo custo. Tese de Livre Docência. São Paulo: USP,
2000. SEMANA,
J. A.; LASMARIAS, V.B. & BALLON, C.H. “Fiberboard from coconut coir”.
Indian Coconut Journal,
no 8, vol. 19, 1988. SIMÕES,
R. “Coco tem aproveitamento
integral”. Agencia Brasil.
Salvador, 18
de Outubro de 1996. VALLE,
C. E. Qualidade ambiental: como ser
competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995. VENKATARAMAN,
M. V. & RANGASWANY, V. S. “Utilisation of coir pith and coconut
shell”. Indian Coconut Journal, no 5, vol. 19, 1988. VIDAL,
J. A. V. “La estopa de coco: Nueva materia prima para la industria
papelera”. AUPEC. Colombia:
Univalle, s.d. WORLD BANK. Coconut productio: present status and priorities for research. Washington: World Bank, 1991. ![]() |
©Copyright
2001/2004 - Revista Urutágua - revista acadêmica multidisciplinar
Departamento de Ciências Sociais Última atualização: 03 dezembro, 2004. |