Ano I - Nº 01 - Maio de 2001 - Bimensal - Maringá - PR - Brasil - ISSN 1519.6178

 

Uma visão ampla de educação

 

Aila Dalcin e Angela M. Buozo*

 

Nós, humanos, somos frutos de uma sociedade que vive sobre constantes transformadoras e caminhando junto, se encontram as verdades. E em decorrência destas transformações, o que era verdade ontem pode não ser mais hoje.

Muitas afirmações que se faz e, torno da educação também estão sendo desmascaradas, mas muitos professores não aceitam determinadas críticas à alguns chavões pertinentes no meio escolar e continuam afirmando que o ensino deve ser centrado no cotidiano da criança, ou seja, é preciso trazer o cotidiano para a sal de aula. Outra questão que se coloca é que a escola deve deixar de ser artificial e o conteúdo deve dizer respeito à realidade na qual a criança está efetivamente inserida. Uma terceira afirmativa é que o ensino deve partir do concreto. O que é muito comentado também é que a criança aprende pela sua própria atividade, por isso, o professor não deve dar respostas prontas. E o fato de que a escola deve respeitar a espontaneidade, o ritmo natural e a criatividade da criança é um entre diversos jargões discutidos entre os educadores.

Sobre o questionamento de que o cotidiano da criança deva ser trazido à sala de aula coloca-se que aprendemos muito como ele, mas também precisamos da escola, pois existem fatos presentes no cotidiano, que precisam ser esclarecidos e há outros que não estão na realidade da criança que devem ser aprendidos. Neste contexto, a escola tem como finalidade ampliar os horizontes dos alunos, tornando o saber difuso do aluno em um saber científico, sistematizando para a compreensão, e se possível para que interfira na realidade social.

Para que a criança se aproprie do conhecimento científico, é preciso que o professor atualize-se constantemente, que utilize recursos como enciclopédias, livros, Internet e outros. Mas há também a necessidade de existir uma metodologia coerente para transformar o conhecimento assistemático em sistemático.

Uma das metodologias que podem ser utilizadas é a Problematização do conteúdo. Na qual organiza-se a aula de tal forma, que os alunos vão sentir necessidade de pensar e aprender o conteúdo que o professor vai trabalhar. As hipóteses levantadas na problematizaçãopelos educandos são confirmadas ou não ao longo do processo.

Referindo-se à questão de que a escola deve deixar de ser artificial e o conteúdo deve dizer respeito à realidade na qual a criança está efetivamente inserida não é bem aceita, pois muitos conteúdos, principalmente os da área de exatas, são facilmente explicados e entendidos quando se parte de situações ensinadas artificiais, pois estas, verbalizam para as crianças por exemplo os cálculos que no ato de uma compra os adultos fazem mentalmente.

A escola ainda, não deve se ocupar-se apenas com aquelas questões que se restringem a um pequeno grupo de pessoas, pois estas são aprendidas no cotidiano. O que deve realmente ser trabalhado na escola, são as questões universais porque estas fazem parte de qualquer realidade.

Em se tratando de questões universais, podemo-nos recordas das discussões e questionamentos sobre a universalização do ensino desde o surgimento da Escola Pública no final do século XIX.

É necessário que as camadas populares tenham acesso à uma escola básica que possibilite ao aluno chegar a um conhecimento científico para que conheça e entenda o mundo em que está inserido.



* Acadêmicas do Curso de Pedagogia - Universidade Estadual de Maringá